segunda-feira, maio 28

Crítica: MIB - Homens de Preto 3 (2012)

Enquanto redijo essa introdução, assisto aos créditos finais de MIB - Homens de Preto (Men in Black, 1997) e concluo que a aventura está longe de ser um grande filme, com uma direção convencional, um clímax bem meia-boca e um final nada apropriado para uma possível franquia (esse, um erro que maximiza a condição de mero caça-níquel de MIB - Homens de Preto II [Men in Black II, 2002]). Nem os efeitos especiais são tão revolucionários quanto se pensava na época, viva em minha mente. Men in Black tem como ponto alto a atuação de Will Smith, que se revelava mais que um comediante em ascensão, um futuro grande astro de Hollywood, além de um aspecto ignorado no dispensável Men in Black II e que retorna com fôlego novo na estreia da semana, MIB³ - Homens de Preto 3 (Men in Black 3, 2012): a magia do universo co-habitado por criaturas de outro mundo, "bombado" com uma viagem no tempo que promove diversas referências à efervescente década de 60 nos Estados Unidos.

Apesar do pé atrás com relação a MIB³, não tem como não se empolgar ao ver que o diretor Barry Sonnenfeld mantém a trilha e os créditos iniciais originais, um dos ensinamentos de George Lucas a quem pretende criar uma franquia clássica - ainda mais sendo um misto de aventura e ficção científica, como "Star Wars". O ponto alto em sua introdução, porém, é reservado pela entrada da belíssima Nichole Scherzinger (ex-Pussycat Dolls, namorada do piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton), uma espécie de femme fatale que ajuda na fuga do terrível vilão Boris, O Animal (Jermaine Clement) da prisão lunar em que cumpria pena perpétua. O destino de Boris é a Terra, onde vai utilizar uma máquina no tempo para assassinar o agente K (Tommy Lee Jones), que no momento de sua detenção decepa-lhe um braço. O problema maior é que K também foi o responsável pela instalação da Rede Arc, campo de força que impede a invasão da raça comandada pelo mesmo Boris. Assim, o agente J (Smith) precisa salvar seu parceiro e amigo, o que também impedirá a extinção de nosso planeta.

Como pode-se ver, o primeiro ato é simples, mas bem desenvolvido e que permite uma história sem muitos furos. O pequeno incômodo causado na primeira meia hora de projeção são algumas gags discutíveis, como a exploração de um sotaque alienígena (quem ainda ri disso, for Christ's sake?) e quando K enquadra um alien e o empurra contra uma fileira de panelas à altura de sua cabeça - esta pueril como um episódio da Turma do Didi. Essas, porém, são meras ressalvas em um longa-metragem que não se arrisca muito e capricha no que se propõe. 

Os efeitos visuais, por exemplo, são suficientes, não exagerados como no fatídico MIB 2. Tecnicamente, o que há de mais ousado é a dublagem de Tommy Lee Jones sobreposta à de Josh Brolin, versão jovem do agente K, e o efeito, embora engraçado, beira a perfeição. O formato 3D é dos mais precisos. Sutil, quase imperceptível, em 80% do filme, o que poupa a vista do espectador para momentos propícios, como na ótima e interativa cena em que J viaja no tempo. Aliás, a viagem no tempo foi uma sacada genial de Will Smith, que se disse realizando um sonho de criança com a incorporação de sua ideia pelo roteirista Etan Cohen (apenas a colocação da letra H para diferenciar seu nome do consagrado Ethan Coen, de Fargo - Uma Comédia de Erros [Fargo, 1996] e Onde os Fracos Não Têm Vez [No Country For Old Men, 2007).

Assim que desembarca no ano de 1969, o agente J presencia hippies, músicas e costumes da contracultura (Woodstock na veia!), o que nos situa à época com eficiência e, surpreendentemente, contribui para o ritmo do longa. Mérito do roteiro explorar o talento de Smith como comediante para criar situações engraçadas, dando uma breve mostra do que era o racismo naquele tempo conturbado (um ano após a morte do ativista político Marthin Luther King) e o sentimento de que aquele "foi um ano ruim para os humanos", auge da Guerra Fria e da Guerra do Vietnã, como diz Jeffrey Price (Michael Chernus).

Nesse cenário de plena efervescência, como não podia deixar de ser, o jovem agente K vai colher informações com o agente W e, adivinhe: Andy Warhol, numa versão ainda mais caricata, alourada (ou seria esbranquiçada?), achincalhada do artista pop, o que reserva alguns dos momentos mais verdadeiramente engraçados do ano. A propósito, Etan Cohen faz ótimo uso de tipos variados de referências, destinadas a arrancar risadas (a ideia das celebridades alienígenas, única herança proveitosa de MIB 2, apontando tipos estranhos como Lady Gaga, Justin Bieber, Tim Burton, aparentemente o astro do futebol David Beckham [?], e o vocalista da hoje cinquentenária banda Rolling Stones, Mick Jagger, citado como um extraterrestre que veio ao mundo procriar) e acontecimentos históricos como a ida do homem à Lua e a improvável vitória dos New York Mets na World Series de Baseball em 69, fatos funcionais e orgânicos à trama.

Como avaliação comparativa entre o original e este MIB³ - Homens de Preto 3, me arrisco a dizer que a trilogia se encerra (será? Duvido!) com seu melhor capítulo, "redondinho". Maior prova disso é a amplificada amargura do envelhecido agente K, que jovem agente se mostrava um homem que amava a vida, ao ponto de se permitir um discreto affair com uma amiga de trabalho. Assim, descobrir o motivo de sua transformação emocional se torna uma mola propulsora que nos faz esperar o que terá provocado sua conhecida amargura. No final das contas, o roteiro não deixa pontas soltas, reserva um terceiro ato tão satisfatório e emocionante que faz o novato da cinessérie, Josh Brolin, protagonizar o ponto alto da franquia e, de quebra, preenche (e evidencia) um furo na produção de 1997.

Grata surpresa que faz dele mais que um filme imperdível aos fãs da série e/ou dos quadrinhos que a inspirou, mas uma agradável sessão indicada a toda família.

Via Agência Infoco News 
Avaliação:  7/10



Crítica: Bravura Indômita (2010)


Por Wendell Marcel

"O novo filme dos Coen é tão bom quanto o original"

Em 1969 John Wayne interpretou um pistoleiro bêbado e caolho numa fantástica história de Velho Oeste. O filme contava a perseguição do Xerife 'Rooster', da jovem Mattie Ross e do solidário porém ganancioso senhor LaBoeuf, em busca do assassino Tom Cheney, que matara à sangue frio o pai da mocinha nada frágil. O roteiro era baseado no romance de Charles Portis, e a direção assinada por Henry Hathaway. O curioso da versão original de Bravura Indômita (True Grit) de 1969, é que o filme proporcionou ao monstro John Wayne seu primeiro e único Oscar de Melhor Ator. Nos mais de seus 50 filmes anteriores ele apenas provou que a imagem de um sujeito desolado e de caráter forte conseguia criar uma imagem de homem carrancudo, na medida em que ordenava aos personagens marcantes de sua carreira, como o cowboy Ringo Kid de No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939) uma personalidade que seria para sempre fator comum a todos os demais personagens do gênero western. Em 2010 a refilmagem deste filme soou superior ao original, modernismo e peculiaridades dos realizadores Ethan e Joel Coen.

No ano em que o famoso cineasta francês Jean-Luc Godard foi homenageado na entrega do Oscar de 2011, a refilmagem do clássico de Hathaway dos irmãos Coen também foi reconhecido por suas qualidades indefectíveis. Dessa vez, Jeff Bridges, Hailee Steinfeld e Matt Damon interpretam o trio parada dura. Com algumas modificações nas passagens do tempo, os Coen adiantam o enredo, e colocam Mattie e Rooster numa relação mais vagarosa, refletindo a necessidade das personagens em incorporar as características evocativas dos dois, igual como no roteiro original de Portis. Já o ranger texano LaBoeuf é afastado parcialmente das complicações centrais da história; e ainda a apresentação do federal Rooster é feita quando ele está defecando numa casinha de madeira, no meio do nada, e totalmente desvinculado de uma imagem de nortear valores: isso mostra a novidade dessa nova edição feita pelos Coen: induzir ao personagem de Bridges o desapego ao homem totalmente correto, a honradez parcial. A história do novo Bravura Indômita é simples, assim como o primeiro, contudo repleto de imagens espontâneas, diálogos soltos e honestos, um verdadeiro filme sem cinismo, rápido, porém com uma graça interiorizada. Isso tudo era esperado vindo dos criadores de Fargo - Uma Comédia de Erros (Fargo, 1996) e Queime Depois de Ler (Burn After Reading, 2008) assim como a atuação fabulosa de Bridges, e a nada coadjuvante Steinfeld. Mesmo com a produção de Bravura se mostrar tão simpática à técnica dos Coen, esse é um filme diferente dos trabalhos dos irmãos que mostraram criatividade e perspectiva num cinema criado por eles mesmos, onde cada personagem não conhece os acontecimentos que virão, e são, na maioria das vezes, surpreendidos por uma situação anormal. Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men, 2007), aquele tão agraciado no Oscar de 2007, é a máxima imagem do que os diretores querem passar aos espectadores.

Não se pode negar diante dos fatos a superioridade deste de 2010 com aquele de 1969, sendo que a ideia das duas películas não são as mesmas. Criticar o Bravura dos Coen têm de ser feita não levando em conta a edição anterior, quando eles mesmo puseram em praxe que "os dois filmes são adaptações do livro de Charles Portis, e é ele o motivador da realização deste filme", que eles insistem em negar ser uma refilmagem. Em meio a todas as possibilidades comparativas, não existe aqui nada em que se possa inferir, sendo que todos os quadros e indevidamente todas as particularidades tornam-se pessoais nas mãos dos Coen. Os dois, na verdade, são verdadeiros expoentes da personalidade cinematográfica. Apesar da derrota esmagadora em 2011, foi gratificante ver o reconhecimento da Academia com este grande filme. 

Avaliação: 8/10





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sexta-feira, maio 25

Crítica: Flores do Oriente (2011)


Yimou Zhang é um dos diretores do cinema chinês mais bem sucedido durante os últimos anos, em grande parte graças ao sucesso internacional de alguns de seus filmes como Herói (Ying Xiong, 2002) , Clã das Adagas Voadoras (Shi mian mai fu, 2004) e A Maldição da flor Dourada (Man Cheng Jin Dai Huang Jin Jia, 2006), Zhang não economiza na produção, literalmente, tanto que Maldição da flor Dourada foi ,na sua época de lançamento, o filme mais caro já produzido na China. O cinema desse realizador asiático é marcado por direção de arte luxuosa, cenários grandiosos, fotografia estilizada marcado pelo uso de filtros para destacar as cores em tons fortes e figurino espalhafatoso, por vezes chega a ser carnavalesco.

Em Flores do Oriente (Jin líng shí san chai, 2011) os adereços  falam mais alto que o roteiro, ou mais precisamente, tentam embelezar um roteiro que não tem nada de novo para oferecer ao espectador, na trama que se passa na China, durante a década de 30, podemos dizer que, um norte-americano (Christian Bale) acaba trancado em uma igreja, para se proteger da guerra, e então adota indenidade de padre para  tenta ajudar as vítimas da batalha, várias prostitutas e estudantes que convivem com o medo de serem violadas e assassinadas pelos soldados japoneses, não vou entrar em detalhes de como a situação se estabelece para não soltar nenhum spoiler.

Logo o que temos aqui é um filme de guerra, encenado da maneira mais espetaculosa imaginável, o interesse não esta no confronto na batalha ou nas pessoas que participaram ou sofrem seus efeitos, mas no seu potencial de impressionar pelas explosões, sofrimento e pelo idéia de heroísmo forçada retratada por olhar pomposo, por vezes  lembra um sub - O Resgate do Soldado Ryan (Private Ryan, 1998).

O direto não tem nenhum interesse em fazer nenhum comentário sobre a guerra e o papel  da China e do Japão, de um maneira mais aprofundada, geopolítica ou critica; os personagens chineses mais freqüentes no filme são as mulheres, as prostitutas e as estudantes, que são retratadas como seres frágeis e altamente dependentes de proteção, a presença de soldado chineses e pouca no filme, mas quando ele surge são retratados como bravos guerreiros dispostos a sacrificar pelo seu país enquanto os japoneses são retratados como violentos e toscos, não que seja intenção do diretor mostrar que a China foi uma vitima e o Japão um vilão durante a invasão de  Nanquim, pois o filme não tem nenhum interesse em fazer o comentário histórico, só de estabelecer seus heróis e vilões da maneira mais clichê possível .

No meio dos horrores da guerra o bravo ocidental que vai tomar para si missão de proteger as frágeis mulheres chinesas, vai descobrir o amor, o mais nobre dos sentimentos, é novamente os clichê falam mais alto, não sou daqueles que pensam que os clichês estragam o filme, mas sou daqueles que pensam que o clichês deve ter um bom tratamento para dar algum fôlego novo ao filme, e esse não o caso de “Flores do Oriente” que segue a cartilha de lugar-comum dos épicos românticos de guerra, e bem provável que o espectador com mais bagagem já antecipe o destino dos personagens  a partir de um certo ponto da trama, mas aqueles que só querem um novelinha água-com-açúcar  vai gostar, até porquê o filme parece ser feito sob-medida para agradar esse público.

Mas o filme ainda tem suas qualidades, Christian Bale, como se espera sai bem, e a fotografia é muito bonita, além de ter uns dois planos-seqüência bem filmados, até porquê esse não é nem um filme ruim, mas só um esquecível e irregular filme onde há muita alegoria e pouco enredo.

Avaliação: 5/10



segunda-feira, maio 21

Crítica: O Corvo (2012)


O poeta Edgar Allan Poe foi uma figura fascinante, cuja personalidade vão muito além de suas obras, consideradas precursoras do gênero policial.  Polêmico em sua vida e morte, cujo diagnóstico é ainda incerto e aberto a possibilidades, é curioso perceber que o roteiro de Ben Livingston (estreante) e Hannah Shakespeare (“Obsessão”) se aproveite de tal “brecha histórica” para iniciar o longa, quando, num flash forwad, observamos Cusack pálido num banco de parque. A sequência é promissora, com um primeiro ato que apresenta áurea e ritmo dignos de um bom suspense. Pena que a qualidade do script e o novo trabalho do diretor James McTeigue logo mostrem-se incrivelmente óbvios (a todo momento, um corvo surge na tela) e inferiores a outras outras do gênero.

“O Corvo” até conta com uma premissa interessante e bem amarrada com relatos históricos: Edgar Allan Poe (John Cusack) é um poeta alcoólatra e temperamental que vive uma crise de inspiração (e financeira, por extensão) para criar seus populares romances policiais, o que faz um de seus fãs seguir um rastro de morte inspirado em seus livros. Ciente disso, o agente responsável pelo caso (Luke Evans) solicita ajuda a Poe, envolvimento que fica ainda mais perigoso quando o romancista é empelido a criar novos textos em que o serial killer possa se basear.

Em sua curta carreira como diretor (“V de Vingança”, “Invasores” e “Ninja Assassino”), James McTeigue nunca mostrou-se um talento inventivo, mas aqui a obviedade em sua narrativa salta aos olhos. Closes em corvos ocorrem o tempo todo, o que em vez da inspiração no gótico que movia Poe, demonstra o didatismo e a insegurança de McTeigue. Preferível seria o investimento no terror psicológico, característica latente na obra do romancista estadunidense, mas o que vemos é um suspense frágil, bem próximo de um “terrir” pouco inspirado.

Nada experiente, a dupla roteirista estereotipa seu protagonista como um alcoólatra que “bebe pra aliviar a timidez”, um brigão que desfere impropérios rebuscados (“filisteu” é uma das pérolas), creio que numa tentativa de fazer com que o papel se encaixasse melhor em Cusack, que em vez de caracterizado, está fantasiado de Edgar Allan Poe. O tiro, porém, sai pela culatra, pois além de não nos envolver na fita, tal aspecto o torna parecido com a franquia “Sherlock Holmes”, de Guy Ritchie, que mesmo não sendo espetacular, se mostra sensivelmente melhor que esse filme, das gags aos “enigmas” . Aliás, o tempo todo nos lembramos, invevitavelmente, de outras obras recentes que se encaixam no mesmo perfil , como “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” e “Do Inferno”. Até mesmo o terror “Jogos Mortais” nos vem à mente, quando nos deparamos com uma máquina de tortura muito semelhante a uma (ou duas) já utilizada(s) na cinessérie.

Assim como a premissa atraente, o roteiro vai bem ao citar organicamente uma curiosidade (às quais sou afeito), sobre a venda do poema O Corvo por 9 dólares, e ao descrever Griswold como “pessoa de trabalho fácil” por seu um crítico literário – como que prevendo as críticas negativas que receberia -, mas falha em sua construção extremamente convencional, que por medo de ousar acaba indo contra tudo que pregava Edgar Allan Poe, opositor ferrenho de materiais óbvios. Assim, é lastimável notar que tanto James McTeigue parece se inspirar em Tim Burton como John Cusack faz um mix malsucedido de Johnny Depp e Robert Downey Jr., nas referências citadas anteriormente, levando a obra a um nível de mediocridade que faria Poe renegar tal “homenagem”.

Avaliação: 5/10


domingo, maio 20

Crítica: Plano de Fuga (2012)


Peguem o Gringo!

"Um motorista é preso com uma grana na fronteira com o México. Dali vai parar em uma prisão, que mais parece uma cidade de tão grande que é, comandada por um chefão que vive feito um rei. O motorista termina ficando amigo de uma criança, que mora na prisão, e enceta um plano de fuga audacioso."

Esta é a sinopse do mais novo filme estrelado e co-roterizado por Mel Gibson e lançado no mercado americano diretamente em video: Plano de Fuga (2012).

Aos 56 anos, Gibson surge em tela numa cena inaugural de perseguição que rivaliza com as aberturas de James Bond para provar bastante vigor físico e encarnar o típico herói de filmes do gênero de ação que o consagrou em obras como Máquina Mortífera.

Sem se entregar a grandes explosões, mas mantendo um ritmo ágil com uma trilha sonora mexicana bastante competente, o longa retrata de forma limpa e imparcial o horror das pobres prisões do México, que são colocadas aqui como especialmente imundas e violentas. Para quem assiste o filme, é possivel tanto acompanhar a ação desenfreada que corre na tela como também é facultado ao espectador notar o tenebroso cenário de uma degradante penitenciária e suas mazelas.

Nisto o diretor estreante Adrian Grunberg se mostra particularmente bem sucedido. O assistente de direção de Apocalypto, também com Mel Gibson, utiliza de tomadas rasantes e cortes rápidos para tornar a trama ágil, mas não deixa de pontuar o cenário vulgar e sujo no qual o longa é ambientado.
A estória é bastante comum, mas nem por isso desinteressante. A forma dinâmica como o roteiro é conduzido, sempre com um humor sarcástico e leveza em momentos críticos, torna as motivações do protagonista válidas e não força situações mirabolantes para ser bem sucedido e engraçado. Trata-se de um filme de ação que se percebe como tal em sua função de entreter.

Corrupção, política, violência, crimes, perseguições e mortes formam o mote no qual o protagonista parece bem ambientado, tendo em vista a sua vida criminosa pregressa e suas habilidades para racionar rapidamente e agir de forma furtiva em seus crimes. Vivendo este talentoso assaltante, que é um cananstrão de primeira, Gibson demonstra estar em plena forma física e profissional, conduzindo simpatia ao público e deixando os coadjuvantes brilharem, especialmente o pequeno Kevin Hernandez.

Vale a sessão!

Avaliação: 8/10


sábado, maio 19

Crítica: The Wall (1982)


Em 1979, após o sucesso do álbum The Dark Side of the Moon, sendo considerado um dos mais vendidos da história, a banda Pink Floyd fizera mais dois álbuns, o bem sucedido Wish You Were Here e Animals, alcançando sucesso internacional, e eis que surge uma das últimas obras-primas da banda inglesa, o álbum conceitual de opera rock The Wall, que conta a história de Pink, um rockstar que está em um quarto de hotel e que enlouquece em meio a memórias de infância, que inclui o pai morto na Segunda Guerra, a mãe super-protetora e a repressão e humilhação dos professores do qual sofria na época. A ideia de fazer o álbum foi após um incidente com um fã, em que Waters cuspiu nele após se irritar com uma confusão de fãs na turnê In the Flesh, que fez ele se imaginasse construindo um isolamento entre os fâs, na qual Waters explorou, criando um material novo para o álbum na base deste conceito.

Em 1982, Roger Waters, o baixista e líder da banda na época escrevera o roteiro para cinema baseado no álbum, com direção de Alan Parker, que era um fã da banda, em um filme que seria um musical que variasse entre cenas com atores e animações feitas pelo cartunista político Gerald Scarfe, que fizera a famosa capa do LP de The Wall, e intitulado Pink Floyd The Wall, o filme agrada tanto a crítica quanto os fãs da banda, em que nas imagens se misturam alucinações com memórias da infância e completam as letras das músicas do álbum, criando uma experiência surreal e grotesca envolvidas pelo colapso mental do personagem principal.

O acerto do musical (que está longe do modelo empregado por Hollywood), que transbordam suas músicas depressivas e expressivas junto a imagens de tamanha expressão quanto a das letras, está em realmente passar todos os temas que o álbum abordava como abandono e isolamento, simbolizada pela famosa parede metafórica.

A fotografia contribui para todas as cenas, seja no campo de batalha, seja na casa onde Pink vivera, no quarto de hotel em que Pink se hospeda e enlouquece, além do ótimo trabalho de câmera, intimista e que explora sutilmente o cenário, em uma das coisas que se aprendera no cinema de Hitchcock e sua Janela Indiscreta, mostrando um apelo realmente cinematográfico, em uma adaptação de um disco.

Como o roteiro é de Roger Waters, tem bastantes temas e detalhes que não foram ignorados no filme, principalmente as referências ao Syd Barrett, que fundara e liderara a banda entre 1964 e 1968 e fez desta a pioneira do rock psicodélico, tal gênero que foi abandonado pela banda pelo rock progressivo após a turbulenta saída do líder que tinha afundado nas drogas, causando um colapso mental que fizera que sua participação no Pink Floyd fosse insustentável, porém a partir do álbum The Dark of the Moon até este comentado, há diversas referências a ele, principalmente no álbum Wish You Were Here, em The Wall, grande parte se concentra no protagonista Pink, além de algumas referências autobiográficas de Waters.

Destaque para as cenas feitas em animação por Gerald Scarfe pelos seus traços que compõem a mente de Pink cheio de figuras grotescas, além de uma obsessão pelo enfermo, no qual é reconhecido nos seus trabalhos como cartunista.

Cada faixa do álbum original causa arrepios com suas imagens também graças a ótima montagem do filme, dando destaque para a cena que se tornara um famoso video-clipe do hit da banda conhecida como Another Brick in the Wall, em destaque a parte dois, fazendo uma crítica a padronização de idéias e comportamento através da ditadura da educação, cujo modelo inglês é conhecido por ser rígido como no famoso refrão:

"We don't need no education.
We don't need
No thought control.
No dark sarcasm in the classroom.
Teachers, leave them kids alone.
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall."

Pink Floyd The Wall está longe dos filmes musicais que estamos acostumados, e isso é um fato, em que suas imagens engrandecem ainda mais a música de uma das maiores bandas de rock da história: Pink Floyd, criando um espetáculo audio-visual incrível, de um dos maiores álbuns da história.

Nota: 8/10

ÁLBUM ORIGINAL DE THE WALL, DO PINK FLOYD DE 1979



FILME COMPLETO DE 1982, POSTADO PELO CANAL OFICIAL DE ROGER WATERS, EM INGLÊS SEM LEGENDAS


sexta-feira, maio 18

Crítica: Armageddon (1998)


Por Kaio Feliphe

"Defeituoso e divertido."

Sempre que ouvia falar de Michael Bay, escutava as mesmas coisas. “Diretor horrível!”; “Os filmes dele são um lixo, vazios!”; “Só prestam os efeitos especiais.”. Mas também tenho vários amigos que gostam do trabalho dele. E o que era mais elogiado por eles era essa superprodução de 1998, “Armageddon”. Bom, para ter uma opinião própria sobre o diretor, já que não tinha assistido nenhum trabalho dele, resolvi conferir esse filme. E, em uma primeira impressão, Bay não é um diretor tão ruim quanto dizem.

O filme, como já foi dito, é de 1998 e conta a história de um grupo de perfuradores de petróleo é chamado pelo governo norte-americano para salvar a Terra de um asteróide gigantesco que está vindo em direção ao planeta. A premissa interessante deu resultado e o filme lucrou milhões e milhões de dólares nas bilheterias mundiais, sendo um dos pioneiros dos filmes sobre catástrofes mundiais, influenciando outros trabalhos como O Dia Depois De Amanhã (The Day After Tomorrow, 2004) e 2012 (2012, 2009).

Durante todo o filme, percebemos o gosto de Michael Bay por uma câmera inquieta, sempre em movimento. No início, principalmente nas primeiras cenas, essa preferência do diretor chega a irritar, fazendo cortes rápidos e uma câmera que fica girando em torno dos personagens. Tudo isso atrapalha na compreensão do que se quer transmitir com as cenas. Mas ao passar do tempo, Bay diminui o uso desse recurso, utilizando apenas nas cenas de ação mais frenéticas, e isso foi bem feito, dando dinâmica à história.

Outro ponto que sempre reclamam do diretor é que os roteiros de seus filmes são bem ruins. Diferentemente desse pensamento, o roteiro de “Armageddon” é bem feito, ocupando completamente as 2h20min de filme, não criando cenas longas demais ou desnecessárias. Isso é outro ponto positivo do filme. As cenas são rápidas e diretas, passando apenas o necessário para o espectador, tornando o filme com um entendimento mais fácil.

Mas um defeito bem perceptível é a falta de habilidade do diretor em extrair sentimentos dos atores. Nas cenas com um teor psicológico maior, como na despedida dos astronautas antes da viagem, o que se passa na tela não transmite a emoção que teoricamente deveria. As cenas parecem forçadas, sem naturalidade. Talvez se fosse um diretor com mais habilidade, a obra teria um ganho maior na qualidade, obtendo uma carga emotiva maior e cativando o público.

Já a parte técnica do filme é incrível. Efeitos especiais de primeira qualidade, que deixam qualquer um boquiaberto e que continuam atuais depois de quase 15 anos. A trilha-sonora também da um show à parte. Esse quesito me cativou pessoalmente, já que contém, em sua maior parte, músicas da banda norte-americana Aerosmith, uma das minhas preferidas. Ao ouvir “I Don’t Want To Miss A Thing” ao subir dos créditos, foi realmente marcante, pois tenho um carinho muito grande por essa música.

No final das contas, “Armageddon” é um filme com falhas. Mas os pontos positivos são encontrados em maioria, o que é um grande feito. Michael Bay aparenta ser um diretor mediano, que tem o dom para filmar cenas de ação, mas falha em partes mais emocionais. Mas este ponto não é tão crucial em filmes do gênero. O que interessa é ter explosões, tiros e efeitos especiais, acompanhados de um roteiro bem elaborado e de uma direção competente. Pelo menos nesse filme, todos os requisitos citados são realizados. Missão Cumprida!

Avaliação: 7/10




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quarta-feira, maio 16

Crítica: Xingu (2012)


Ao entrar no cinema para ver um filme como “Xingu”, o espectador provavelmente deseja, entra outras coisas, conhecer a historia do parque de preservação indígena do Xingu e seus principais idealizadores os Irmãos Villas-Bôas.

Eu pessoalmente entrei no cinema “virgem”, o que eu sabia sobre o parque do Xingu não era mais do que o dito sobre o tal parque no início desse texto, começando do zero, é difícil ter um senso critico muito apurado do que é mostrado na tela do ponto de vista histórico e social, e por mais que tenha seu interesse tomar conhecimento sobre a historia dos Villas-Boâs, mesmo que seja a historia dos Villas-Boâs de acordo com a visão de um determinado realizador,  Cao Hamburger, me parece que o filme carece de uma melhor contextualização social e política, mais complexa e profunda, por vezes sabemos em que época o filme passa porque a data e colocada na tela e em outra porque um figura histórica importante, um presidente da republica, e o associamos a um determinado período histórico de nosso país, mais falta ao filme um melhor panorama histórico, explicar melhor o que a criação do parque indígena trouxe para a sociedade, economia e política do Brasil, como os heróis do filme são aqueles que idealizam a criação de um parque indígena de preservação, logo os vilões são os grandes criadores de gado que precisam de pastos e os donos das madeireiras, mas esse vilões são explorados de maneira igualmente superficial, o que me faz,por vezes, questionar se o que não falta ao filme é um pouco de autocrítica.

Xingu é também um filme antropológico, no sentido de que tenta fazer o público brasileiro atual entender melhor a cultura indígena, e por conseqüência sua própria cultura, e uma antropologia pessoal para os personagens dos Villas-Boãs, que querem encontrar sua própria indenidade, e encontrar uma identidade, ou melhor, uma  identidade como brasileiro já foi algo buscado pelos artistas modernistas, famosos pela semana de arte de 1922, muitos dos artistas dessa geração enxergavam no índio um símbolo da identidade brasileira e por conseqüência idealizam o indígena, imaginavam um “bom selvagem”, o fantasma desse “bom selvagem”  está presente em Xingu.

Mas o filme não se limita a idéias e discursos, a beleza da fotografia, as imagens da natureza são impressionantes, o que não significa que o filme se sustenta só por detalhes técnicos,  Cao Hamburger vai além do belo verniz, a direção de atores, por exemplo e ótima, algo que se da pouca atenção em filmes de grade beleza plástica, e Xingu é  um filme que tem essa beleza , o elenco é muito conciso, mas se tem alguém que merece destaque é o ator João Miguel, se compararmos a atuação desse em Xingu com a de filmes como “Estômago”(2007) e “O Céu de Suely”(2006) tenho certeza que se trata de um dos atores mais versáteis de sua geração.

Mas apesar dos tropeços Xingu é um filme que agrada em sua narrativa, pode não agradar totalmente quem quer saber mais profundamente sobre o parque do Xingu, mas certamente não irrita quem não interesse em saber, pelo contrario, se a algo aqui que devemos agradecer a Hamburguer e que seu filme é, no mínimo, uma boa aventura.

Nota: 6,5



terça-feira, maio 15

Crítica: Glória Feita de Sangue (1957)


Nos anos 50, Stanley Kubrick ainda estava em início de carreira e já tinho feito a sua primeira película O Grande Golpe (1956), e neste aqui dirigira o ator Kirk Douglas em um drama de guerra com misto de tribunal, Glória Feita de Sangue mostra os absurdos da Primeira Guerra Mundial, e a partir daqui Kubrick demonstraria para o que viera fazer durante seus próximos 42 anos que marcariam mais a sua carreira como um grande cineasta.

O filme conta a história de um grupo de soldados que são acusados de covardia, após fracassarem a tomada do Formigueiro, uma área de grande vantagem estratégica nas mãos de soldados alemães, tudo isto na Primeira Guerra Mundial, e Coronel Dax (Kirk Douglas) é ordenado a escolher um soldado de cada um dos três regimentos para serem levados á corte marcial para serem levados a pena de morte por tal "covardia". Porém Coronel Dax está disposto a lutar pelos seus soldados serem inocentados de tal "crime".

Neste filme, Kubrick faz questão de mostrar o total absurdo da guerra, começando pelo fato de soldados serem julgados e levados a pena de morte por covardia, através de um roteiro que enfatiza tudo isto através de ações e escolhas intolerantes de oficiais de alta patente e o desespero dos soldados que irão a julgamento, ou de sua direção única, mostrando que era um dos poucos cineastas corajosos em Hollywood naquela época, impondo personalidade e estilo próprio.

As atuações são ótimas, principalmente Kirk Douglas que além de uma ótima presença atua muito bem neste filme dando vida a um homem idealista e correto, diferente de seus comandantes, como o próprio General Mireau (George Macready) ou General George Broulard (Adolphe Menjou), que exalam patriotismo, intolerância e incompreensão atrás das paredes de suas salas confortáveis, em contraste com a realidade dos soldados que precisam demonstrar coragem em meio a explosões e tiroteios, e são tratados como simples peças do tabuleiro de xadrez, em que o que importa é matar o rei, independente de quanto for sua perda.

Stanley Kubrick já dá sinais de seu perfeccionismo obsessivo tão conhecido de quem trabalhou com ele, e se dá destaque a cena em que ocorre a fracassada investida contra o Formigueiro, na qual tudo é filmado de um tal realismo, impressionante para tal época em que havia poucos recursos técnicos, cuja proeza voltaria a realizar em 1969 com 2001: Uma Odisséia no Espaço, além de criar polêmica, já que era um filme de discurso anti-guerra com críticas ao estado e ao militarismo no auge da paranóia da Guerra Fria.

A fotografia é excelente, dando destaque no contraste de sombras e na iluminação em cenas interiores, enquanto a direção de arte trabalha em cima do conceito do cineasta, dando beleza aos salões luxuosos frequentados pelos grandes generais e às precárias condições das trincheiras em que os soldados se estabeleciam.

Glória Feita de Sangue, junto com Apocalypse Now de Coppola e O Grande Ditador de Chaplin, é um dos maiores filmes anti-guerra da história do cinema, e Kubrick, com seu discurso ácido a umas das coisas mais estupidas e imbecis que o ser humano inventou até hoje: GUERRA!

"O patriotismo é o último refúgio do canalha."

Avaliação: 9/10



Crítica: A Mulher de Preto (2012)



Por Wendell Marcel

"O terror do filme não é bom, e a arte 
torna tudo mais ainda ridículo"

A produtora britânica Hammer Films é conhecida por realizar ótimos filmes de terror, principalmente a temática gótica de Drácula e Frankenstein, nas décadas de 50 e 60 do século passado. Limitada a esse gênero a produtora se dedicou exclusivamente a forma clássica de se fazer um filme de horror: união complexa de fotografia, direção de arte, sonoplastia e direção. Unidas, as quatro técnicas em conformidade de imagem, cor, efeitos sonoros e filmagem criavam belas obras de arte do cinema, tanto pela criatividade como também na determinação de um jeito diferente de se fazer cinema, com um toque de fantasia e maneirismo. Contudo, a Hammer decaiu suas produções clássicas nos últimos anos, e hoje em dia quase não se vê sua marca na introdução das películas à moda antiga. Porém, neste ano a produtora lançou o mais novo e arriscado horror da Inglaterra, repleto de aspectos modernos, mas também singularidades daquele cinema antes exportado dos anos de ouro da produtora. A Mulher de Preto (The Woman in Black) trouxe uma arriscada imagem do que seria um filme de horror nos moldes originais, sombrio e inquieto, perverso e imediato.

Arthur Kipps é um advogado que viaja para uma cidade afastada do centro da Inglaterra. Lá, ele terá que organizar a papelada de uma casa velha, assombrada e totalmente invendável. Cotterstock Hall: é velha, assombrada e afastada da civilização (detalhe, ela fica numa espécie de ilha, que a maré cobre a estrada diariamente, portanto, quem ir visita-la corre o risco de ficar preso na casa). Kipps é um pai viúvo, amargurado, que deve fazer de tudo para resolver o caso dos papéis da casa, do espírito maligno, e sobreviver a tudo e todos, já que todos, inclusive ele próprio, sabem do motivo pelo qual toda essa esquisitice acontece. Espíritos assombrados, uma população aterrorizada por uma alma possuída pela vingança, o dever do serviço que têm de ser feito pelo advogado, tudo é tão prático que não convence. É claro que não deve convencer, mas ainda que a história fosse tão suspeita como ela realmente é, ao menos soaria incessante caso o único método pudesse ser inteiramente pensado: a racionalidade.
A racionalidade pode sim ser um passo a seguir nos terrores modernos, ela mesma cria a fantástica sensação de realidade, quando faz o espectador acreditar em uma simples ideia concebida através dos personagens. Não soa como uma suposição, indiferente do que poderia criar a atmosfera de nervosismo e, novamente, inquietação. Sem Saída (Eden Lake, 2008), filme anterior de James Watkins (direção) é relativamente isso. Apesar da proposta corajosa, o terror elegante, os quadros corriqueiros, performances esforçadas (principalmente de Daniel Radcliffe) a fita somente mostra uma história repleta de falhas estéticas, um roteiro miúdo e mal desenvolvido, fotografia e direção de arte abaixo da média. O “mais-que-terrível” é acabar de assisti-lo e pensar que todos se propuseram a repensar estratégias de marketing, nos recursos financeiros gastos, na difícil transformação do ídolo juvenil da década em um homem de talento; parar, pensar, e não absorver nada, como se uma onda levasse embora os medos, a desenvoltura em barganhar o espectador na simples tarefa de remeter ao ridículo, que é o gênero terror. Com A Mulher de Preto nada vai surpreendê-lo, somente o fato notório de que tudo evolui, indiscutível para o melhor ou pior, mas inegavelmente para o vazio.

Avaliação: 4/10





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segunda-feira, maio 14

Crítica: Drive (2011)

► ESSE TEXTO CONTÉM DETALHES DO FILME! 
Por Kaio Feliphe


"Cinema de autor."

“There’s something inside you
It’s hard to explain
They’re talking about you boy
But you’re still the same.”

O silêncio. Nunca o silêncio fez tanto sucesso no Cinema quanto em 2011. Isso se deve basicamente por dois motivos. O primeiro: O Artista (The Artist, 2011), filme mudo francês que conquistou crítica e público e faturou a maioria dos prêmios que disputou. O segundo: Drive (Drive, 2011). Bom, esse não é um filme mudo, mas é construído em grande parte no silêncio de seu personagem principal.

Baseado no livro de mesmo nome do escritor americano James Sallis, o filme conta a história do Motorista, um cara que trabalha como dublê e mecânico durante o dia, mas a noite ajuda assaltantes em seus delitos, pilotando o carro de fuga. Vendo assim, você deve pensar: “Ué?! O motorista não tem nome?” Pois é, o solitário e silencioso protagonista que não sabe da onde veio, características eternizadas pelos personagens de Clint Eastwood em seus Westerns estão de volta em grande estilo, no maravilhoso filme do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn.

O filme já começa com um prólogo de tirar o fôlego. 10 minutos de pura tensão, trabalhados com destreza por Refn com movimentações de câmera inteligentíssimas, dando uma dinâmica constante e única a cena. Essa dinâmica se deve ainda à rítmica e incessante trilha-sonora synth-pop de Cliff Martinez, antigo baterista da banda californiana Red Hot Chili Peppers.

Outro ponto a se ressaltar nessa cena inicial (não só aqui, mas no filme inteiro) é a brilhante atuação de Ryan Gosling. O ator conseguiu fazer algo que não é qualquer um que consegue, falar com os olhos. O olhar solitário, distante, triste do seu personagem nos faz pensar: “Nossa, o passado desse cara foi triste né?! Observe o olhar dele.” Com essa performance, Gosling se consolida como o melhor ator surgido nos últimos anos.

Depois dessa maravilhosa introdução, a história continua e um fato importantíssimo acontece: O Motorista conhece Irene e Benício. A partir daí, o filme se torna um complexo estudo psicológico do protagonista. Como já foi dito, ele era solitário, não tinha ninguém na sua vida, apenas fazia seu trabalho e voltava pra casa. Mas depois de encontrar Irene e seu filho, o Motorista encontra um abrigo, um refúgio do mundo de solidão em que ele vivia. E isso é recíproco, já que Irene tinha o pai de seu filho preso e também se sentia sozinha.

“You’re emotionally complex
Against the grain of dystopic claims
Not the thoughs your actions entertain
And you, have proved to be...

A real human being and a real hero.”

Tempos depois, o pai de Benício, Guzman, é libertado e precisa fazer um trabalho para pagar uma dívida que ele fez quando estava preso. Ele tinha que assaltar uma loja de penhores e pediu ajuda ao Motorista para, obviamente, dirigir o carro de fuga. Acontece um imprevisto e Guzman é morto. O Motorista e Blanche conseguem escapar, mas aí começa uma perseguição aos dois. Na cena em que os dois estão em um quarto, os sentimentos do antes contido Motorista começam a vir à tona, exigindo uma resposta de Blanche para o acontecido. De repente se ouve um barulho na maçaneta, O Motorista trava a porta com um colchão e Blanche se esconde no banheiro. Pela janela, Blanche toma um tiro de .12 na cabeça, mas o Motorista consegue se defender e mata os dois bandidos. Quando a câmera mostra-o todo ensanguentado, vemos a sua verdadeira natureza. Um homem quieto, mas muito perigoso.

Aí vem o ápice do filme, a famosa cena do elevador. O Motorista e Irene entram em um elevador com um homem estranho. O Motorista percebe que ele porta uma arma. O clímax. Em uma câmera lenta, o Motorista protege Irene, dando seu primeiro e último beijo nela, e esbofeteia o cara até a morte. Nesse momento, o filme alcança um teor psicológico muito grande. O Motorista finalmente libera todas as suas emoções que ficaram ali, guardadas por muito tempo. Por isso a violência que ele aplica no homem é totalmente plausível, é uma explosão de sentimentos que vêm à tona.

“Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido: ‘- Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?’
O sapo respondeu: ‘Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu ficarei paralisado e vou afundar. ’
Disse o escorpião: ‘Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos.’
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas enquanto nadava para atravessar o rio.
No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo. Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo virou-se para o escorpião e disse:
‘- Por quê? Por quê?’
E o escorpião respondeu:
‘- Por que eu sou um escorpião. Essa é a minha natureza.”

Esse é o conto do escorpião e do sapo que o Motorista fala ao telefone com Bernie (lembra do escorpião na jaqueta dele?). Esta pequena historinha de origem africana é a essência da obra. Mesmo tentando oprimir todos os seus sentimentos, ninguém consegue deixar de ser o que é. E sendo o que ele é, o final não foi mais do que apropriado. Um “herói” que salvou a mocinha e derrotou todos os seus inimigos. Mas eles não terminaram juntos, justamente pela sua natureza. Ele nasceu para ser solitário.

Drive é um filme fantástico lançado em meio às mesmices do cinema de ação atual. Muitos reclamam de ele ser extremamente clichê, sendo apenas uma colagem de vários filmes antigos. Bom, não é uma obrigação todo filme ser 100% original. Como já foi dito, “existe várias maneiras de se filmar uma galinha andando”. Espero que essa forma de filmar de Refn continue. O Cinema precisa.

Avaliação: 9/10

* Apesar da versão em Blu-ray chegar às lojas brasileiras somente em Outubro, você já pode encontrar essa belezura nas locadoras. O problema é que a distribuição é feita pela Imagem Filmes, famosa por mutilar a imagem dos filmes. Vários consumidores já reclamaram, mas a empresa mantém a atitude. Uma pena.





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Crítica: Os Vingadores - The Avengers (2012)


Por Kaio Feliphe


"Uma ode aos velhos heróis que nos fazem
sonhar a tanto tempo."

De uns tempos pra cá, os filmes baseados em HQ’s viraram rotina nas programações das salas de cinema. O grande motivo dessa constância de heróis no mundo cinematográfico são os lucros que eles proporcionam. Exemplos não faltam, como a série Batman do diretor Christopher Nolan, principalmente “O Cavaleiro Das Trevas”, que ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão; a trilogia Homem-Aranha de Sam Raimi, que ao todo rendeu aproximadamente US$ 2,5 bilhões; os recentes Thor (Thor, 2011), Homem De Ferro (Iron Man, 2008) e Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, 2011) , em que cada um rendeu mais de US$ 200 milhões; entre outros. E o mais recente filme a se juntar a esse grupo é Os Vingadores: The Avengers (The Avengers, 2012), baseado nos quadrinhos da famosa e renomada editora americana Marvel Comics, arrecadou mais de US$ 210 milhões em apenas um final de semana, sem nem sequer ter estreado nos Estados Unidos.

Para quem não sabe, “Os Vingadores” é um grupo de super-heróis que foi fundado pelo Capitão América, Thor, Homem De Ferro, Vespa, Homem-Formiga e o Hulk. De certa forma, “Os Vingadores” rivalizam com outro famoso grupo de heróis, a “Liga Da Justiça”, de outra grande editora, a DC Comics. Com todos esses nomes de peso e com a promessa da Marvel de fazer um filme sobre eles, a expectativa em torno alcançou níveis extraordinários e, com a confirmação da editora sobre a realização do filme, era muito esperado o alto número de bilheteria. Dito e feito.

No filme, Loki (vilão conhecido em Thor) rouba o Tesseract, fonte infinita de energia natural, da S.H.I.E.L.D., obrigando Nick Fury a recrutar Os Vingadores para proteger a Terra de ataques alienígenas. Com dimensões épicas, personagens cativantes e efeitos de abrir os olhos, a obra do muito competente Joss Whedon é o cúmulo da diversão. Explosões, vários heróis salvando o planeta juntos e sacadas muito engraçadas são a marca registrada dessa obra.

Mas, antes do lançamento, uma dúvida deixava o público com a pulga atrás da orelha: “Será que tantos personagens não irão atrapalhar a narrativa?”. Felizmente, a Marvel não cometeu o mesmo erro que ocorreu em “Homem-Aranha 3”, em que o excesso de vilões atrapalhou na condução da história. Em “Os Vingadores”, cada um é introduzido de forma correta, com o tempo mais adequado. Por exemplo, o Homem De Ferro é bem mais destacado na história do que a Viúva Negra, mas isso não afeta na compreensão dos dois personagens no enredo.

Oura coisa que é bastante louvável é o Hulk.  Muita gente reclama dos filmes anteriores do Gigante Verde. Se irritavam com falta de identidade e carisma dessas obras, principalmente do personagem principal. Diferentemente disso, o Hulk de “Os Vingadores”, interpretado por Mark Ruffalo, é o melhor já retratado nas telonas. Violência desenfreada, bruto, bem construído. As pessoas o aplaudiam a cada porrada que ele dava nos inimigos (principalmente na cena com o Loki). Estavam sedentas e finalmente viram a essência do herói retratada nas telas.

Já os outros protagonistas mantém a mesma estrutura de seus filmes individuais. Tony Stark (Robert Downey Jr.) ainda está egocêntrico, sarcástico e engraçado, até mais do que nos filmes do Homem De Ferro. Thor ainda continua com seu ar de superioridade e poder que todo deus nórdico deve ter. E o Capitão América exala patriotismo e coragem, marca registrada dos quadrinhos. E, igualmente empolgantes, a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro também estão muito bem e remetem a tempos saudosos das HQ’s.

Porém, uma coisa que desagradou alguns foi o roteiro raso e vazio, cheio de explosões e sem história. Bom, o público quer isso mesmo! Não que eles queiram que o filme seja uma tosqueira sem fim com apenas mortes e cenas de ação (vide Imortais (Immortals, 2011)), o que não é o caso desse, elas querem diversão. Seus heróis preferidos unidos para defender a Terra contra seus arqui-inimigos. Adultos relembrando os tempos de infância em que os viam na televisão, e aproveitando para passar isso para seus filhos. Uma recreação passageira. E isso o filme cumpriu com êxito. Se você for vê-lo sem pretensões nenhuma, apenas para se divertir, vá. Não perca tempo.

Os Vingadores: The Avengers é uma ode aos velhos heróis que nos fazem sonhar a tanto tempo. Lembranças vêm à mente a cada cena do filme. Páginas dos quadrinhos, cenas dos desenhos da televisão, a infância sendo revitalizada na cabeça das pessoas. Enfim, o filme agrada e eletrifica o público. Todos saíram entorpecidos e exaltados ao fim da sessão (e também com a cena no meio dos créditos), comentando cada parte e enaltecendo cada super-herói do filme.  Muito provavelmente, a Marvel irá fazer continuações não só de “Os Vingadores”, mas também dos filmes solos de seus personagens. Se for pra ser do mesmo nível desse aqui, pode fazer. O público e os fãs de histórias em quadrinhos agradecem.

Avaliação: 8/10




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Crítica: Tão Forte e Tão Perto (2011)


Por Wendell Marcel

"A delicadeza em tratar do 
sentimento da morte de Daldry"

Antes de Tão Forte e Tão Perto, Stephen Daldry dirigiu três ótimos filmes, dentre os quais O Leitor (The Reader, 2008) é o menos conclusivo. O fantástico em todos eles é determinar uma razão no que tange a perspectiva de qualquer enredo baseado na realidade criada ou transformada, um suporte para o mais profundo acordo entre ideias que embasam o principal foco, sobre o olhar outrora determinado na narração, nos diálogos considerados absorventes do tempo, e somente úteis para a formação quantitativa do desfecho arrebatador. Alguns poderão dizer enxurrada de falas negativas, qualidades desgastantes; porém o que significa aprofundar sentimentos, se não criar uma situação de reflexão e compreensão dos fatores componentes da clarividência imaculadamente transportada à tela. Contornando a subjetividade, Daldry criou a sutileza de se dar inteiramente à um objetivo, e traçar metas conduz com habilidades inconcebíveis a uma criança de onze anos, que perdeu o pai em um terrível acidente,  possui uma mãe abalada por toda a drástica situação, onde vê em uma oportunidade de viajar através do mistério e da certeza de reconhecimento não plenamente distinguido, a chance antes tirada de suas mãos pela existência da morte.

Na verdade, a história em Tão Forte e Tão Perto é assinada por um verdadeiro mago dos enredos complexos, e tão sutis que a profundidade é irrelevante, assim o próprio filme se traduz. Eric Roth roteirizou o romance de Jonathan Safran Foer no sentido prático, onde manteve a gradação emotiva liderada pelo personagem central, interpretado pelo jovem Thomas Horn. Quadros como de As Torres Gêmeas (dir. Oliver Stone), o astuto Vôo United 93 (dir. Paul Greengrass) e este analisado, abordam o mesmo tema, contudo em diferentes visões psicológicas. No primeiro: a história verídica de dois policiais americanos que arriscam suas vidas para salvarem as vítimas do atentado de 11 de setembro. Neste segundo: a tensão crescente entre os passageiros do Vôo 93 da United Airlines, ligados aos depoimentos daqueles que viverem e observaram todo o andamento do sequestro do Boeing 757. E Tão Forte e Tão Perto: como os familiares das vítimas seguiram seu dia a dia após o desastre das torres gêmeas, e como o ataque afetaram suas vidas para sempre, num processo continuado de autoanálise. Em todos os três a importância é igualmente valorizada, posto em cada um a linearidade de observar vidas abaladas por um acontecimento, na medida em que elas ganham sentidos desconhecidos, não propositais, mas sim inibidos pelo simples motivo de realidade pós-desastre.

Deixando de lado nacionalismos, heroísmos e todo tipo de termos propagandistas relativos a valorização dos Estados Unidos e sua força superior romântica de se dar aos desastres, Extremely Loud and Incredibly Close (no original) atormenta qualquer espectador que não se propõe a focalizar o enredo rebuscado que ele oferece. Isso, nacionalismos, heroísmos e etc à parte. Aliás, nada é tão bonito no filme como a forma utilizada em transparecer originalidade, sentimentalismo perturbador, ódio resguardado, amores destruídos; forças intensas, mas encobertas pelo medo, em respeito ao surreal, vivido pelos parentes das vítimas. É bem mais triste perceber que nada disso possa existir, e bem mais cruel acreditar na impossibilidade de Tão Forte e Tão Perto distinguir uma razão de qualidade no que se refere a obter noções básicas de autoconhecimento. Enfim, a superação nada mais é do que a rotina criada após um desastre. Não o fato de se opor as regularidades da vida, mas sim ver motivos simples para ser feliz. O cinema americano tornou-se uma máquina de produção neste quesito, ainda que a superficialidade continue vigente,  a história contada por Daldry é uma exceção, se vista por outro ângulo.
Avaliação: 8/10







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domingo, maio 13

As Mães e o Cinema

Como não poderiamos ficar de fora, o E Aí, Cinéfilo... também preparou sua homenagem ao dia das mães, montando uma lista de dez filmes onde a presença delas marcu presença e fez a diferença.

Lilly Potter, da saga Harry Potter
Apesar de ser um dos rostos que menos aparece na saga, a presença de Lilly Potter por seu auto-sacrifício marcou presença em toda a série, demonstrando a forma e o tamanho de Lilly por seu filho.


Leigh Anne Touhy, de Um Sonho Possível
Com seu forte instinto maternal, Leigh Anne Touhy resolveu adotar o solitário Michael Oher, um rapaz negro, analfabeto e sem-teto, que ao ser acolhido pela mulher, não apenas teve sua vida mudada, mas também mudou a vida de Leigh e sua família.


Erin Brockovich, de Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento
Está ai uma mãe batalhadora e incansável, que não apenas lutou na vida para sustentar os filhos, mas também não descansou quanto de tratou de encontrar a justiça para aqueles que possuiam pouca voz. Uma mulher extravagante e aparentemente vulgar, mas que em suas ações demonstrava ser uma grande pessoa.


Ellen Ripley, da série Alien
Quem acompanhou toda a saga Alien, com certeza não esqueceu a figura da tenente Ellen Ripley segurando uma garotinha indefesa num braço, uma arma na outra e exclamando a frase: "Você não vai tocar nela, sua vadia!". Ripley e seu instinto maternal feroz a fizeram uma das mães mais viscerais do cinema.


Sarah Fitzgerald, de Uma Prova de Amor
O forte e pesado drama da família Fitzgerald, em especial o esforço da mãe Sarah, em utilizar todos os recursos inimagináveis para tentar salvar sua filha da leucemia emocionaram e arrancaram diversas lágrimas do público, graças a jornada de uma mãe batalhadora em busca de salvar a vida de sua filha.


Lynn Sear, de O Sexto Sentido
 A história do garotinho atormentado pela visão de fantasmas marcou o gênero do suspense e ganhou fama como um autêntico clássico. Mas a angústia da mãe do garoto, Lynn Sear, em acompanhar o sofrimento de seu filho sem saber o que realmente o acometia, também foi tão marcante quanto. E a cena final entre mãe e filho, onde acontecem as confissões, está entre uma das mais emocionantes do cinema.


Jules e Nic, de Minhas Mães e Meu Pai
Provavelmente o mais diferenciado da lista, Jules e Nic são um casal de lésbicas que, com os filhos já adolesentes, precisam lidar com o fato de ambos quererem conhecer seu pai biológico (que foi o doador de sêmen), sendo que sua chegada na família acarreta diversos contornos engraçados e dramáticos. Estas mães merecem destaque por seu sendo modernizado e sentido liberal.


Christine Collins, de A Troca
Como não se emocionar coma história verídica de Christine Collins, que após o desaparecimento do filho, começa uma busca incessante em busca do paradeiro do mesmo. Esta merece uma atenção especial devida a força maternal que a guia em busca de respostas, por mais dolorosos que os resultados possam ser.


Sra. Bates, de Psicose
Ao se travestir com as roupas e o visual de sua própria mãe, não foi apenas o nome de Norman Bates que ficou conhecido, mas também o de sua mãe, a Sra. Bates, que apesar de jamais aparecer no filme, possui uma presença forte e vital para a trama do longa. Mãe mais arrepiante que essa, não há.


Beatrixx Kiddo, de Kill Bill
Violenta, feroz e nada piedosa, Beatrixx Kiddo foi uma das mães mais viscerais já vistas pelo cinema. Sedenta por vingança após a suposta morte de sua filha, Kiddo sai numa batalha sangrenta para achar e matar aqueles que a tornaram uma figura trágica. Descontrolada e furiosa, Kiddo marcou a história das protagonistas femininas dos filmes de ação.