quinta-feira, julho 26

Crítica: Valente (2012)


Após o fracasso no ano passado com Carros 2 (2011), em termos de qualidade, o estúdio de animação Pixar tratou de logo lançar o trailer de seu novo longa de animação, Valente (Brave), que prometia mostrar um pouco da cultura escocesa, e uma mulher como protagonista, que era uma donzela, mas empunhando um arco e flecha, ou seja, de indefesa não tinha nada.

terça-feira, julho 24

Os Escritores no Cinema (2012)

Por Wendell Marcel

O cinema produz sempre personagens que trabalham como escritores, inocentes ou não, eles vivem a vida de forma tecnicamente literal, assim como nos seus textos. O E Aí, Cinéfilo, Cadê Você? em homenagem ao Dia do Escritor, selecionou alguns filmes que mostram o que há de mais confuso, contraditório e amargo na vida desses personagens tão complexos do cinema.


Jack Torrance, de O Iluminado.

domingo, julho 22

Crítica: A Garota Que Conquistou o Tempo (2006)




Por Maurício Owada

Makoto é uma garota japonesa comum, está no último ano do colegial e não sabe o que deseja para o futuro, e junto com Chiaki e Kousuke, formam um inseparável trio que jogam baseball, vão cantar no karaokê e compartilham da mesma dúvida em relação ao que vão fazer dali para frente. Um dia ao fazer uma de suas tarefas diárias, acaba escorregando em um laboratório comum de escola e batendo seu cotovelo em um pequeno dispositivo, que lhe faz ter uma estranha visão relacionada a números e tempo. Então, voltando da escola após um dia de muito azar, para completar, ela está descendo uma baita descida de bicicleta, e descobre que o freio não funciona e na frente há um cruzamento de trens, o que acarreta em um acidente fatal, batendo na cancela e sendo arremessada em meio aos trens que cruzavam; porém, algo acontece e ela volta tempos instantes do acidente, mas desta vez acaba trombando em uma senhora, onde tal acontecimento impede o acidente. Makoto está consciente deste "salto temporal" que houve, e percebe que momentos em que ela é arremessada ou ela se joga com grande impulso, neste intervalo, a faz voltar por instantes num ponto do passado, e nisso ela vê a chance de mudar os acontecimentos ocorridos como por exemplo, comer o pudim na geladeira que sua irmã tinha comido antes, ou ajudar um amigo seu a sair com uma garota tímida que gosta dele.

sexta-feira, julho 20

Crítica: Boogie Nights: Prazer Sem Limites (1997)


Por Kaio Feliphe

"Quando Paul Thomas Anderson mostrou a que veio."

Apesar da carreira curta (24 anos desde seu primeiro trabalho, o curta-metragem The Dirk Diggler Story, e apenas 16 anos desde seu primeiro longa, Jogada De Risco (Hard Eight, 1996)) e de poucos trabalhos (apenas cinco longas), o diretor e roteirista americano Paul Thomas Anderson é um dos mais prestigiados e brilhantes cineastas que surgiram na última década. Filmes como Magnólia (Magnolia, 1999) e Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007) consagraram-no perante os críticos e o público, mas o grande “boom” de sua filmografia foi o filme de 1997: Boogie Nights: Prazer Sem Limites.

A história gira em torno do jovem Eddie Adams (Mark Wahlberg), adolescente de 17 anos com problemas com sua mãe que encontra o prestigiado diretor do ramo pornográfico Jack Horner (Burt Reynolds). Jack o convence a trabalhar com ele e o transforma em Dirk Diggler, estrela pornô que ganha vários prêmios e dinheiro. Mas com o tempo, Eddie percebe que todo aquele glamour era passageiro e extremamente perigoso.

Anderson foi ousado ao escolher esse tema para abordar. Nas mãos erradas, esse filme se tornaria fatalmente vulgar e cheios de estereótipos, mas PTA mostrou que era capaz de conduzir temas complexos com maestria. A narrativa adotada por ele é o grande destaque da obra, enaltecendo o luxo e o brilho dessa vida, iludindo o personagem principal e, com o tempo, vai desconstruindo pouco a pouco e mostrando os perigos contidos naquele cenário. Essa desconstrução é muito bem feita, graças aos complexos coadjuvantes que são de suma importância para toda a trama, engrandecidos pelo belo trabalho realizado por todo elenco, com um destaque um pouquinho maior para Julianne Moore, que incorpora uma perturbada atriz que, ao não conseguir se encontrar com o seu filho, “adota” Eddie, se sentindo como uma mãe para ele.

O diretor também realizou um trabalho sublime na direção, conduzindo com calma toda a abrangente história, mostrando pouco a pouco cada personagem e o seu propósito no todo. Por isso, a metragem relativamente longa, pouco mais de 2 horas e meia de duração, é altamente apropriada. Até o “material” de Eddie tem o seu devido destaque. Perceba que PTA usa um plano mais baixo em algumas cenas com Eddie, focando a atenção no “grande astro” do filme, acima de tudo na cena final (que até lembra um pouco o final de Touro Indomável (Raging Bull, 1980)). Além disso, Paul Thomas Anderson também utiliza várias técnicas de filmagem para ajudar na narrativa. Longos e lindos planos-sequência, metalinguagem, edição alternando entre duas partes diferentes da história, câmera acompanhando personagens pelo cenário... enfim.

Paul Thomas Anderson realmente mostrou a que veio com Boogie Nights, um filme que reúne suas grandes características e que enaltece toda a sua capacidade como diretor e roteirista. Anos depois, ainda faria outros grandes filmes e chegaria ao seu ápice (pelo menos por enquanto) em seu próximo trabalho, mas o filme que realmente mostrou que PTA é um diretor talentosíssimo e visionário foi Boogie Nights. Um filme que você dificilmente irá esquecer tão cedo. Marcante.

Avaliação: 8/10




Trailer:

terça-feira, julho 17

Crítica: O Grande Mestre (2008)





Famoso no Oriente por suas notáveis habilidades marciais e conhecido no mundo todo, pelos mais informados, por ser o mestre de Bruce Lee, Ip Man finalmente ganhou uma biografia nas telonas. E excelente, por sinal, pois foge de vários estereótipos de filmes orientais e se aprofunda cautelosamente na vida de alguém que muitos já ouviram falar, porém pouquíssimos conheciam sua história.

segunda-feira, julho 16

Crítica: A Mulher Faz o Homem (1939)



Por Conde Fouá

Com a morte de um dos senadores do Estado de Montana, o governador se vê na incumbência de nomear um substituto. Uma junta de cidadãos já apresentou um nome para ser aprovado, só que este indivíduo não agrada o empresário que controla a mais poderosa máquina política local. Para sanar o problema, o governador acolhe a indicação dada pelos seus filhos (menores de idade) e escolhe Jefferson Smith, chefe de um grupo de escoteiros para assumir o cargo no senado ao lado do outro representante do estado (o senador Joseph Paine). Tido como simplório, que pode ser facilmente manipulado, o mesmo cai nas graças dos cidadãos (que o referendam) e do empresário (que acredita poder usá-lo nos dois meses que restam do mandato).

sábado, julho 14

Crítica: Na Roda da Fortuna (1994)




Waring Hudsucker, dono e administrador de uma das maiores empresas de Wall Street vai de bem para melhor, e no auge do seu progresso, repentinamente, ele, no meio de uma reunião que dava boas novas sobre o papel da empresa no mercado, se atira da janela do 45º andar (ops, 44º, sem contar o mezanino), e se espatifa no chão, e conforme as normas da empresa, as suas ações que correspondem a 85% da empresa, estará disponível ao público caso ele morresse, e para evitarem perder tudo, colocam um "idiota" no comando da empresa, e assim desvalorizaria a empresa e Sidney J. Mussburger (Paul Newman), líder do comitê de diretoria, assumiria o comando. Mas o tal "idiota" leva adiante uma ideia aparentemente nada entusiasmante que inventara no meio de seus estudos no interior, e acaba estragando os planos de Mussburger.

sábado, julho 7

Crítica: Cães de Aluguel (1992)



Há muitos dizem que seu melhor filme é Pulp Fiction (1994), outros dizem que seu melhor trabalho é Kill Bill - vol 1 e 2 (respectivamente, 2003 e 2004), apesar de seu filme mais popular ter fisgado corações de jovens que estavam conhecendo ainda o cinema, e outros falam que À Prova de Morte (2007) ser o seu filme mais "ele" mesmo, mas acho que seu melhor e mais característico filme é Cães de Aluguel. Por quê? Porque ele tem tudo que definiu Quentin Tarantino como um cineasta único e as características dos seus trabalhos posteriores. 

segunda-feira, julho 2

Crítica: Eles Vivem (1988)


Por Kaio Feliphe

"Mascar chiclete e chutar bundas. A melhor maneira de
resolver os seus problemas!"

“Um trabalhador braçal recém chegado em Los Angeles encontra, depois de uma ação da polícia local, um par de óculos escuros que o permite ver alienígenas que vivem disfarçados de seres humanos, e também mensagens subliminares que são transmitidas através da mídia em geral.”

Lendo apenas essa pequena sinopse, já imaginamos que esse filme é muito provavelmente da produtiva e mágica década de 1980. A época em que a Ficção Científica dominava o Cinema. Viagens para o futuro/passado, extraterrestres perambulando entre nós e batalhas no espaço são apenas alguns exemplos de acontecimentos comuns em filmes deste período. Geralmente, esses filmes tinham um grande apelo popular, arrecadando milhões em bilheteria. Mas esse filme é diferente, podendo ser chamado de cult.

O filme em questão é Eles Vivem (They Live, 1988). Um filme lançado em 1988 e realizado pelo diretor norte-americano John Carpenter, que já tinha alguma fama na época, principalmente por Halloween – A Noite Do Terror (Halloween, 1978), filme que foi um sucesso comercial nos EUA, arrecadando mais de US$47 milhões em bilheteria e agradando principalmente o público adolescente. Mas diferentemente de Halloween, Eles Vivem não obteve tanto apelo comercial, mas isso não significa falta de qualidade.

Como já vimos na introdução, o filme começa com John Nada chegando em LA e procurando emprego. Consegue encontrar em uma construção e arruma um lugar para morar em um bairro pobre. Ocorre uma operação policial no local e, no dia seguinte, encontra na igreja do bairro uma caixa cheia de óculos escuros. Depois que ele coloca um dos óculos, começa toda a crítica de Carpenter ao capitalismo e a sociedade moderna que é movida pelo consumismo exacerbado (genialmente ilustrada pela frase “Este é o seu Deus”, em um maço de dinheiro).

Mensagens como “Obedeça”, “Compre”, “Não pense” e “Não questione a autoridade” por trás de outdoors, revistas, jornais e comerciais de TV. Pode parecer exagero e até uma teoria de conspiração, mas ilustra muito bem os dias atuais. Além das propagandas em tudo que é lugar, o Governo quer impor todo o seu “poder” no povo. O recente caso SOPA é um exemplo claro disso.

Mas o filme não é só uma crítica social. Também é um ótimo divertimento, graças à união muito bem feita da Ficção Científica com os típicos filmes de Ação da época. Imaginem um brucutu andando pela cidade com uma calibre 12 na mão caçando alienígenas disfarçados? Incrível! Assim como as frases inesquecíveis: “Vim aqui mascar chiclete e chutar umas bundas, mas os chicletes acabaram.”; “ Você precisa é de um cirurgião plástico brasileiro.”

Outro ponto a ser elogiado nessa obra é a ótima trilha-sonora, que embala o filme durante toda a sua duração. Uma melodia simples que faz toda a diferença, já que adiciona uma cadência precisa a narrativa. Não me lembro precisamente onde vi, mas uma bela definição me vem à cabeça: “Eles Vivem é um blues filmado. E a sua trilha-sonora é o baixo que o conduz”.

Carpenter fez toda essa maravilha com atores desconhecidos e um orçamento baixo (US$ 3 milhões). Prova que qualidade não se mede pelos nomes no elenco ou pelo orçamento gordo. Entretenimento inteligente e divertido, que não é mais um “passa-tempo sem conteúdo”, longe disso. Muito longe disso.

Avaliação: 8.5/10




Trailer: