quarta-feira, fevereiro 27

Notícia: Bradley Cooper como possível diretor de remake

O ator Bradley Cooper, que foi indicado ao Oscar de melhor ator por O Lado Bom da Vida, pode estrear na direção de um filme.

O longa se trata de um remake de uma comédia-dramática alemã de 2011, que foi sucesso de bilheteria, chamado Kokowaah. Desenvolvido pela Warner Bros., Bradley Cooper assinou para produzir e estrelar o filme e como sua carreira está em alta, ele tamém está sendo cotado também para dirigir.

O original alemão trata de dois homens de vidas distintas: Henry, um solteirão e Trevor, um pai de família, que precisam repensar suas vidas quando descobrem sobre a paternidade de Maddy, filha de Trevor.

O roteiro sendo ainda escrito por Scott Rothman e Rajiv Joseph. A continuação do original alemão acabou de estrear em primeiro lugar.

domingo, fevereiro 24

Crítica: Argo (2012)



Por Conde Fouá

Assisti Argo dia 13/02/2013. Raro caso em que eu não sabia nada a respeito do filme. Ao final da projeção sai boquiaberto. Difícil elencar todos os acertos do filme. E mais surpreendente ainda é saber que a maior parte do mérito cabe ao seu diretor que se mostra como uma das mais promissoras promessas dos próximos anos.

“Em 04/11/1979, quando a clima de tensão entre o Irã do Aiatolá Khomenini e os EUA atinge o seu ápice, manifestantes tomam de assalto a embaixada americana em Teerã  fazendo mais de 50 estadunidenses reféns. Eles exigem o reenvio de Xá Reza Pahlavi (O anterior governante) para que fosse julgado por seus crimes e seu servilismo aos países ocidentais em detrimento do seu povo. Contudo seis funcionários da embaixada conseguem escapar e encontram abrigo na embaixada Canadense. Os invasores da embaixada americana contudo ao fazerem uma verificação atenta dos documentos que foram parcialmente destruídos, podem perceber tal ausência e sair a captura deles, o que pode significar a sua morte (todo americano era tido como espião). A Cia no entanto investe na ideia pouco ortodoxa de um de seus membros que os pretende retirá-los de lá com um plano pra lá de mirabolante.”

Quando o antigo logo da Warner ganha as tela estamos sendo inseridos dentro de uma época que já passou. Para isso o diretor opta por vários truques: letras redondas, ligeiros scratchs sobre a película, fotografia seca, granulosa e descorada.

Não se trata de mais um filme de espionagem. Não que ele em certas horas não nos deixe como que faltando o ar, alterando tais momentos com outros brandos. Um filme que não tem vergonha de ser patriota, mas o é de maneira comedida e ousa citar os podres que colocaram seis vidas (mais a do agente da Cia) em risco. Um breve relato da história recente do Irã é contada e mostra como os EUA interferiu naquele país com o intuito de se beneficiar. São cerca de quatro minutos. Neles vemos o poder passar das mãos de um nacionalista popular a um extremista islamita. Entre ambos um Xá oportunista e corrupto.
Para nos inserir nesse contexto e não sermos levados por um ufanismo para um dos lados, Affleck se vale de certos recursos que funcionam a mil maravilhas. Os iranianos que surgem na tela parecem se enquadrar naquele tipo imortalizado pelo cinema americano dos últimos anos: barba cerrada, olhos negros, taciturnos. Alguns podem achar em tal uma frouxidão. Mas o que querem? O Cinema e a própria História nada mais fazem que nos mostrar que não existe uma verdade objetiva. Apenas coisas a serem contadas que podem ou não se aproximar do que realmente ocorreu. Isso contado por sob o ponto de vista de alguém. Assim os story-board se mesclam as imagens de arquivo e estas por sua vez inspiram as tomadas atuais. O diretor tem a argúcia necessária para criar um distanciamento tal, que de forma equilibrada mescla as cenas de Teerã com aquelas ocorridas em Hollywood onde efetivamente dois moleques brincam de fazer cinema. Assim ao olhar o que ocorre do ponto de vista desses últimos o filme não se encaminha para mais um filme maniqueísta. Ainda que tudo seja criado de forma a se aproximar do real, o que vemos é apenas uma ilusão deste. Para citar uma sequência que justifique o que digo cito aquela da montagem paralela entre a leitura do falso roteiro nos EUA e uma execução de reféns em Teerã que no final se mostrará também falsa. Duas inverdades com um mesmo potencial: a morte. Uma é cômica, a outra não o é. O impacto emocional, no entanto nos atinge, apesar de sabermos que é um engodo.

Aliás a direção dos atores é um primor. Todos funcionam a mil maravilhas de forma que o único destaque é justamente aqueles que estão na função dos ditos sonhadores: a sátira divertida a Hollywood levada a cabo por um Alan Arkin como um produtor apaixonado e John Goodman como um especialista em efeitos especiais e maquiagem.

A propósito de Affleck. Ele interpreta esse agente de forma tão comedida, sua presença na tela nunca fica além do necessário. Um personagem taciturno, centrado, racional, bem resolvido e que o roteiro (como a direção) tem a felicidade de fazer com que não sobressaia sobre os demais. Ele jamais cai na caricatura e transmite uma emoção sincera. Essa naturalidade em cena, não só dele, mas como dos demais é que aproxima o filme mais um pouco de um quase documentário. Apesar de já conhecermos o desfecho (pois é baseado em fatos reais) as soluções encontradas (simples é verdade) pela direção surpreendem. No Aeroporto não compreendemos o que os iranianos falam entre si, o que traz para nós a angústia real dos que dependem das decisões deles para saírem incólumes daquele local.
Em suma: Ben Affleck caminha a passos firmes e seguros para se tornar um cineasta do quilate de um Clint Eastwood. O que ele realizou atrás das câmeras deve no mínimo chamar nossa atenciosa atenção.


PS
Assisti ao filme no Bristol-Playarte na Avenida Paulista. Quando da compra do ingresso foi-me informado que o ar condicionado estava inoperante. Apesar disso, porém o local estava agradável. Aliás o atendimento do local me agradou muito, já que eles reforçaram várias vezes a situação em que o filme seria assistido.

Nota: 8,5/10


sábado, fevereiro 23

Crítica: Argo (2012)


Por Maurício Owada

"Ben Affleck se consagra de vez como cineasta
em um interessante filme baseado em fatos reais"

O terceiro filme de Ben Affleck firma seu nome na indústria de uma vez como diretor, com o filme certo, o ator, que já foi alvo de comentários (sinceros) do tipo "como ator, ele é um ótimo diretor" coloca respeito dentro de Hollywood, que o esnobou na categoria de direção no Oscar. Ele mostra que é mais competente atrás das câmeras, ganhando diversos prêmios com Argo, como um dos mais fortes na premiação da Academia.

Argo na verdade, foi um filme de mentira. Criado pelo agente da CIA em conjunto com Hollywood, através de um roteiro que nunca foi filmado, como pretexto para que o agente Tony Mendez entrasse no Irã em "busca de locações" para a tal aventura de ficção-científica no estilo Star Wars e Planeta dos Macacos. O verdadeiro propósito era resgatar seis diplomatas procurados pelos revolucionários, presos no país e escondidos sem poderem sair, após um dos maiores tiranos do país receber o asilo dos EUA, o que causa a revolta do povo e a invasão na embaixada americana, resultando na Crise de Reféns, que perdurou por 444 dias.

Apesar de baseado em fatos reais, a missão permaneceu secreta por anos e apenas no governo Clinton foram reveladas. Argo é um filme que acerta em mostrar uma visão que mostra os dois lados da moeda e contar uma história que cativa pelo seu caráter curioso e quase absurdo. O roteiro redondinho não toca muito fundo em feridas, mas também não alivia o lado dos americanos, citando muitas vezes a culpa deles pelo caos no Irã. Apesar de tudo, o filme é carregado de clichês, e é aí que entra a direção de Ben Affleck: adotando uma abordagem mais contemporânea, mesmo para um filme que retrata um fato extraordinário protagonizada por americanos, como Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo, ele faz os clichês trabalharem a favor do filme, não se tornando irritante mesmo para um expectador mais exigente. Os personagens não possuem tanta profundidade e os de Ben Affleck, Alan Arkin e John Goodman são estereótipos e carregados de obviedades. Tony Mendez é o típico homem que é bom no que faz, mas cheio de problemas pessoais.

Com uma direção de arte excelente, retrata muito bem o final dos anos 70, época marcada pelas aventuras intergalácticas embaladas pela franquia de George Lucas, seja o pôster ilustrado do filme falso ou mesmo no Irã com detalhes únicos como o telefone com algarismos de lá, e os cartazes do aiatolá Khomeini que retratam uma época tensa de proporções internacionais. A fotografia também está excelente, num trabalho de câmera ótimo, com movimento e ótimos planos que contextualizam bem as cenas.

Competente, o bom roteiro e os quesitos técnicos bem trabalhados ajudam a contar uma história que glorifica Hollywood dentro de um contexto político, e estabelece Ben Affleck em um patamar elevado dentro da indústria cinematográfica, superando sua carreira cheia de altos e baixos, conquistando vários prêmios. O "boom" em cima de Argo vai muito mais pelo fato de retratar uma história nunca jamais contada, que apesar de ser o filme da carreira de seu diretor, não é nenhuma obra-prima.

Nota: 7,5/10




Trailer:

Notícia: Possível cinebiografia de Popó

O boxeador Acelino Freitas, o Popó, poderá ganhar uma cinebiografia. Os diretores Walter Salles (Na Estrada) e Sérgio Machado (Cidade Baixa) se reuniram com o boxeador para discutir o projeto.

Sérgio Machado disse ao UOL que "Foi uma ótima conversa, ficamos animados. Vou trabalhar com o Walter nesse projeto nos próximos meses. Ainda não há nada definido". O projeto deverá ter a direção e roteiro de Sérgio Machado, enquanto Walter Salles ficará como produtor.

Popó já procurou Wagner Moura pra interpretá-lo, e Cauã Reymond é uma opção. "A gente ainda não decidiu isso, vamos começar trabalhando juntos no projeto, ainda é cedo para saber", completou Machado.

quinta-feira, fevereiro 21

Notícia: Mark Hamill fala sobre Star Wars VII

Em uma entrevista ao Entertainment Tonight, Mark Hamill, que interpretou Luke Skywalker na trilogia original de Star Wars, falou sobre Star Wars: Episódio VII.

Mark comentou que nessa nova trilogia Luke seria um novo Obi-Wan, possuindo uma mesma influência que o jedi interpretado por Alec Guinness. "Eu presumo, já que não falei com os roteiristas, que esses [novos] filmes seriam sobre nossos descendentes... Quando descobri [durante a trilogia original] a piada da boa notícia/ má notícia - a boa notícia é que existe uma garota realmente atraente no universo; a má notícia é que ela é sua irmã - eu pensei, 'Bem, vou acabar como o Sir Alec. Serei um velho ermitão solitário vivendo em uma espécie de iglu no deserto com alguns robôs".

Apesar da confirmação do trio da trilogia clássica - Mark Hamill, Carrie Fisher (Leia) e Harrison Ford (Han Solo) - não foi assinado nenhum contrato. Hamill declarou que George Lucas esta conversando com eles pra saber se estariam interessados, caso contrário, seus personagens seriam removidos do roteiro. "Estamos em um estágio onde eles querem que nos encontremos com Michael Arndt, que é o roteirista, e Kathleen Kennedy, que é quem vai comandar a LucasFilm. Tivemos reuniões que foram adiadas com ambos - por conta do cronograma deles, não meu. Eles são muito mais ocupados que eu". Ele disse que gostaria também do retorno de Billy Dee Williams e Anthony Daniels, que interpretaram Lando Calrissian e C3PO, respectivamente.

O ator também sugeriu que o visual houvesse um equilíbrio entre CGI e efeitos práticos, dizendo que os primeiros Star Wars eram mais mais alegres e bem-humorados, e acha que o uso pesado de CGI (como aconteceu na trilogia nova) acaba dando um visual de videogame gigante. "Se me escutassem seria "Relaxe e continue retrô" declarou Hamill.

Com direção de J.J. Abrams (Star Trek, Super 8) e roteiro de Michael Ardnt (Pequena Miss Sunshine), a Disney pretende lançar Star Wars VII em 2015. Lawrence Kasdan e Simon Kinberg escreverão ideias para a franquia.

quarta-feira, fevereiro 20

Notícia: Veja o trailer e algumas fotos de Os Amantes Passageiros

O novo filme de Pedro Almodóvar, Os Amantes Passageiros ganhou, além do trailer, novas fotos também.

Veja o trailer:

Veja as fotos:




Segundo o produtor Agústin Almodóvar, irmão do cineasta, Os Amantes Passageiros terá várias tramas paralelas ao estilo de Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1989) mas "um pouco mais picante e mais transgressor".

No elenco estão Javier Camara (Fale com Ela), Cecilia Roth (Tudo Sobre Minha Mãe), Lola Duenas (Volver), Carlos Areces, Raul Arevalo e José Maria Yazpik. Veteranos da filmografia de Almodóvar como Antonio Banderas e Penélope Cruz farão uma participação.

Pode ouvir também a trilha-sonora de Alberto Iglesias (Pele que Habito, Um Espião que Sabia Demais).

O longa estreia em 8 de Março na Espanha.

terça-feira, fevereiro 19

Crítica: Os Miseráveis (2012)




Informações obtidas em pesquisas na internet dão conta que essa seria a 42ª adaptação da obra de Hugo que ganha às telas. Impossível afirmar então com precisão se essa seria uma das melhores ou uma das piores. Eu mesmo vi somente quatro antes dessa. E também temos de levar em consideração que toda adaptação se constrói sobre uma simbiose frágil entre o ponto de vista sobre uma obra e a fidelidade ao autor. A favor de Hooper conta o fato que Hugo inspira, mas ele (o diretor) se vale de uma obra que se inspirou no romance. O musical composto por Claude-Michel Schönberg com libreto de Alain Boublil e letras de Herbert Kretzmer.  Coube a William Nicholson dar forma ao roteiro cinematográfico.  Quando adentrei ao cinema, aguardava algo bom e não temia pelo pior. E o filme me recompensou. Das versões que assisti a melhor adaptação do romance de Hugo (não fidedigna – o livro é gigante e dificilmente uma obra levada ao cinema ou teatro consegue ser fiel ao romance que o inspira). Mas “Os Miseráveis” está lá, sua essência ali permanece.

Sabemos que Hugo se valeu de suas memórias sobre a França e sua história para escrever o livro. Ele se encontrava exilado fazia mais de uma década e recriou sua Pátria (sobretudo Paris)de forma brilhante. Lógico que sobre a tela não veremos muito do detestável,

Difícil falar dessa obra sem se remeter a obra anterior de Hooper. Lá também ele havia decidido pela escolha do íntimo, mostrando o mundo exterior e seus rumores dentro de uma atmosfera acolchoada já que não havia um contato direto com a população. Um Palácio desértico, com habitantes como que perdidos, isolados naquela imensidão. Aqui também em “Os Miseráveis” o homem é que está no centro. Mais o universo que o cerca, apesar de grandioso, não o diminui. Desde a cena inicial, é o homem que está no centro do grandioso. É o homem que se torna o senhor do seu destino, e aceita o comandar. É isso que pregava Hugo. Então respeitando o musical, Hooper o reivindica, permite que o homem comande o espetáculo. A angústia, a combatividade, a coragem, o amor proclamado em canções e sublimado nas atitudes, filmados numa série de close-up e em canções sendo não somente cantadas, mas interpretadas, sentidas no seu sentido literário reforçando a característica da Universalidade e intemporalidade da obra de 1862.

Antes de se valer dos movimentos de câmera grandiloquentes e permanentes para dar uma ilusão de sentido e para antecipar assim qualquer acusação de simples teatro filmado, o diretor compreendeu que era nas almas que se centralizavam todos os combates de cada personagem (não somente aqueles restritos a barricadas), mas isso não o impediu  de ir para certos planos mais largos, na mesma proporção mais magnífica e significativa que eles são de uma raridade avisada as vezes de um sopro épico e de uma beleza arrebatadora.

È puramente cinematográfica algumas cenas, sem ao menos lembrar qualquer influência teatral, como exemplo aquela onde um Jean Valjean recém-liberto vaga pela amplitude de uma montanha gelada meio desnorteado.

Convém, no entanto lembrar que o diretor mais do que criar cenários puramente fincados num realismo, preferiu a força do verbo alavancado pela busca de um realismo poético, que bebeu nas fontes de uma teatralidade aceita e reivindicada para nos brindar com uma poesia sombria adornada pelo domínio das cores azul, branca e vermelha com que os personagens preencem a tela.

Logicamente que os puristas irão questionar certas liberdades tomadas com relação ao romance. Valjean não ficou cumprindo a pena nas Galés, mas sim numa prisão. Um contramestre ao invés de uma freira puritana é que coloca Fantine na rua;  Javert a prende (Fantine) por uma agressão física, quando o que ocorreu no romance foi devolver uma bola de neve que a feriu no peito. O pai de Marius acredita-se tenha sido salvo em Waterloo por Tenardier;  Valjean e Cosette já viviam em Paris e quando Javert os descobrem é que irão por acaso se esconder no Convento da Rua Picpus. Poder-se-ia citar outras tantas liberdades, mas isso não vem ao caso. A realidade é que a essência do livro ali se encontra (como no filme de 1952, que é inferior a esse).

A força épica de uma obra que jaz esquecida é que comanda o filme. E quem sabe não trará novos leitores que aceitem a recompensa de encarar esse escrito. Hooper coloca o embate entre o homem que busca a redenção (Jean Valjean) e o outro que não acredita que as pessoas possam mudar (Javert). Mas não é só isso que vemos na tela. O perigo está ao redor de cada ser. Sobretudo aquele que nasce dentro de si próprio. E quando Javert crê poder estar errado, mostrando que a Lei levada a ferro e fogo é falha, esse tomba definitivamente (mostrando que todo fanatismo traz sérias consequências). Mais existem outros embates que não deixam de ser citados: O combate a miséria física, mas também o combate a miséria moral que permeia todas as classes sociais. O combate entre o amor e o dever social (para Marius). O combate dos amores contrariados (que assola Eponine).

Hooper assina uma obra corajosa e ousada na sua feitura. Ao optar por se manter fiel a crença de que a força das palavras cantadas e sentidas por quase 3 horas arrebataria o público. Esqueceu-se que esse público não está talvez habituado a tamanha ousadia. Mas cá entre nós, isso é uma falha? Então deveríamos continuar a dar tudo mastigado sem despertar nas almas a necessidade de se burilarem. Victor Hugo escreveu tal romance faz 150 anos. Na época foi criticado por se valer em certas passagens de uma linguagem popular. Não posso crer que ocorreu uma involução em um século e meio. O que não pode ocorrer é se servir ao Deus consumo.

PS
Dedico esse escrito a Rede Cinemark. Assisti a esse filme dia 11/02/2013 no Boulevard Tatuapé. Cheguei à bilheteria às 11h30min. Havia uma fila considerável e apenas uma caixa atendendo. Consegui colocar as mãos no ingresso as 12h06min. Corri esbaforido e quando adentrei na sala os letreiros já desciam. Felizmente não era só Valjean que ficaria livre dentro de segundos. De certa forma com o filme eu também me livraria daqueles que tratam todos de forma desrespeitosa. Ao final da Sessão busquei a Gerência para reclamar (o mesmo pediu que quando fosse novamente ao Cinema o procurasse). O mesmo confirmou que só existe mesmo um caixa naquele horário. Que a Rede Cinemark coloque então aviso em seu site informando que seus clientes devem chegar com mais de 1 hora de adiantamento para as primeiras sessões. Tenho certeza que se eu tivesse me dirigido a um boteco para beber doses mil de aguardentes ou a um Ponto de Droga com o objetivo já conhecido seria atendido prontamente. Na Rede Cinemark os que buscam  a Cultura são atendidos  assim. Em que mundo vivemos?


Nota: 8,5/10


segunda-feira, fevereiro 18

Notícia: Vencedores do Writers Guild Awards

Sai mais uma premiação que serve de termômetro para o Oscar, o Writers Guild Awards, do Sindicato de Roteiristas de Hollywood.

Veja os premiados:

Melhor roteiro original

  • O Voo
  • Looper - Assassinos do Futuro
  • O Mestre
  • Moonrise Kingdom
  • A Hora Mais Escura (vencedor)
Melhor roteiro adaptado
  • O Lado Bom da Vida
  • Argo (vencedor)
  • Lincoln
  • As Aventuras de Pi
  • As Vantagens de Ser Invisível
Melhor roteiro de documentário
  • The Central Park Five
  • The Invisible War
  • Mea Maxima Culpa: Silence in the House of God
  • Searching for Sugar Man (vencedor)
  • We Are Legion: The Story of the Hacktivits
  • West of Memphis
Enquanto isso, a premiação da Academia está marcada para 24 de Fevereiro, que será apresentada por Seth McFarlane.

domingo, fevereiro 17

Crítica: Amor (2012)


Por Maurício Owada

"Um filme que mostra até
onde estão os limites deste sentimento tão forte"

O que define o amor? Carinho, compreensão, paixão, companheirismo, amizade, cumplicidade, união, entre outros quesitos compõem esse sentimento, às vezes contraditória com sua natureza, cada um traz sua visão sobre isso e nossas escolhas em relação as pessoas que amamos nem sempre tem o intuito de trazer ou aproximar a pessoa que amamos, mas simplesmente deixa-la ser feliz, enquanto outros possuem uma possessividade encima do parceiro(a) de certa forma que nos faz questionar se é amor ou obsessão. Amor é um sentimento complexo, que confunde nossas definições de relacionamento e nos traz sensações de natureza impar, como o prazer e o ciúme, e seus aspectos são só definidos pela experiência pessoal dentro da relação.

Michael Haneke, este sim, como dizia em (500) Dias Com Ela, "não fez um filme romântico, mas um filme sobre amor", mas o diretor austríaco não utiliza de elementos pop e artifícios que chamem necessariamente um público amplo para assistir o filme. Primeiramente, para assistir Amor (Amour), é necessário um certo preparo psicológico, você não vai acabar de assistir o filme e sair feliz cantando o quanto o amor é lindo, na verdade Haneke entende como o amor é lindo, mas ele traz uma visão que em sua lente fria e imparcial capta de uma forma que parece que o casal de idosos são cobaias de um destino cruel que lentamente vai sufocando-os.

A história conta sobre um casal de idosos, que já beirando aos 90 anos, estão juntos a muitos anos e contam com um relacionamento duradouro e estável o suficiente para dizerem que apenas a morte os separará, mas acontece uma ironia do destino e Anne (Emannuelle Riva) adoece decorrente de um derrame, e seu estado vai piorando e sua consciência se desvanecendo, ao mesmo tempo que o marido Georges (Jean-Louis Trintignant) segue junto com ela em seu sofrimento, cuidando e tratando dela em seu apartamento, que será o único cenário do filme inteiro.

Haneke inicia o filme pelo final, e ele já traz o "sentimento-título" de uma forma bela e ao mesmo tempo brutal, quando a polícia vistoria a casa e veem na cama Anne, já morta e com os cabelos soltos e em volta de sua cabeça, flores. Depois dali, o que verá será uma transformação lenta e dolorosa em suas vidas, e é incrível que a impressão da degradação física da protagonista e mental do marido vai se expressando pela aparência do apartamento, que adquire um ar mórbido, com a presença de enfermeiras, equipamentos de enfermagem e a cadeira de rodas (que tem espaço na única cena com um certo humor, mas que não retira o tom pesado do longa).

Emannuelle Riva e Jean Louis-Trintignant dão sua graça como o casal de idosos, e como atores veteranos desde a época da Nouvelle Vague, possuem uma capacidade de caracterização de personagem impressionante, adquirem um estilo mais minimalista de atuação do que estamos acostumados e que residem nas expressões e olhares que definem o estado do personagem, no momento que passam. O roteiro, valorizando o mínimo para se expressar de forma eficaz, é distante de seus personagens, é um olhar que traz todo um tom arrastado, que não prejudica, mas ajuda em trazer a sensação de agonia perante o decorrer do filme.

Amor é, como muitos dizem, uma pancada na cabeça, é um filme que te faz refletir, sobre a obra, as pessoas, o mundo e você mesmo, mostrando dois personagens e um lugar que se transforma, cujos únicos momentos em que a putrefação do estado espiritual dos personagens e do apartamento é amenizada, é quando um pombo entra pela janela, um símbolo de paz.

Nota: 9,5/10




Trailer:

sábado, fevereiro 16

Sessão Curta+: O Sanduíche (2000)


Filme: O Sanduíche
Direção: Jorge Furtado
Roteiro: Jorge Furtado
Gênero: Comédia/Drama
Origem: Brasil
Duração: 13 minutos
Elenco: Felipe Mônaco, Janaína Kremer Motta, Milene Zardo, Nélson Diniz
Sipnose: Os últimos momentos de um casal: a hora da separação. Mas o fim de uma coisa pode ser o começo de outra. Outro casal, os primeiros momentos: a hora da descoberta. Encontros, separações e um sanduíche. No cinema, o sabor está nos olhos de quem vê.

*Dica: aperta no item da lateral do vídeo para expandir a imagem.

Filme:


quinta-feira, fevereiro 14

Notícia: Trailer para maiores de Trance


Novo filme de Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário?, Trainspotting), Trance ganha trailer para maiores.

Confira:


No filme, James McAvoy interpreta um historiador de arte chamado Simon, que aliado a uma quadrilha de ladrões, planejam roubar uma obra de Goya em um grande leilão. Quando o bando é questionado por Simon, o líder (Vincent Cassel) revida violentamente, e tal trauma apaga da memória dele o esconderijo da obra de arte. Para localizar a obra, a quadrilha recorre a uma terapeuta que faça Simon relembrar o esconderijo, mas nesta jornada, Simon confunde realidade com sugestão hipnótica.

Trance tem data de estreia em 27 de Março no Reino Unido.

Notícia: Peter Dinklage em X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido

O ator Peter Dinklage, o anão Tyrion Lannister da série de TV Game of Thrones fará parte do elenco de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido. A sua participação foi divulgada no twitter do diretor Bryan Singer"Dou as boas-vindas a #PeterDinklage de #GameOfThrones a #XMEN #DaysofFuturePast. Muito, muito empolgado".

O filme que irá juntar o elenco da primeira trilogia de X-Men iniciada por Bryan Singer - Hugh Jackman (Wolverine), Patrick Stewart (Professor Xavier), Ian McKellen (Magneto), Anna Paquin (Vampira), Ellen Page (Kitty Pride), Shawn Ashmore (Homem de Gelo) - e alguns do elenco de X-Men: Primeira Classe, que se passa 40 antes da primeira trilogia - James McAvoy (Professor Xavier jovem), Michael Fassbender (Magneto jovem), Nicholas Hoult (Fera), Jason Flemyng (Azazel) e Jennifer Lawrence (Mística).

O filme adaptará o arco dos quadrinhos que dá título ao filme, escrito por Chris Claremont e desenhado por John Byrne, sobre um futuro alternativo em que mutantes são mantidos em campos de concentração, e Kitty Pride se conecta com sua versão do passado para alertar os X-Men e impedir tal futuro obscuro.

O filme inicia suas filmagens em Abril e estreia em 18 de Julho de 2014.

quarta-feira, fevereiro 13

Notícia: Hugh Laurie poderá viver vilão em Tomorrowland


Parece que o próximo filme de Brad Bird (Missão: Impossível - Protocolo Fantasma, O Gigante de Ferro) encontrou seu vilão. O filme era referido como 1952, e foi escrito pelo diretor junto com o co-criador da série Lost, Damon Lindelof, e será uma ficção-científica nos moldes de Contatos Imediatos do Terceiro Grau, e recentemente ganhou um novo título - Tomorrowland.

As negociações estão sendo feitas por baixo do pano, mas está confirmado que George Clonney irá estrelar o filme; e enquanto ainda definem as datas de filmagens, Brad Bird já revelou o ator que possa ser o vilão da história: Hugh Laurie, da série House.

Segundo a Heat Vision, Hugh Laurie entrou em negociações. Recentemente, o ator desistiu do remake de Robocop, de José Padilha, no qual interpretaria um vilão também, papel o qual mais tarde foi substituído por Michael Keaton

A Disney tem data de estreia para Tomorrowland no dia 19 de Dezembro de 2014.

terça-feira, fevereiro 12

Crítica: Lincoln (2012)


Por Maurício Owada

"Spielberg mitifica o (já) mito de uma nação, mas
Daniel Day-Lewis vai além da figura pública"

Em 31 de Janeiro de 1865, a 13ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos foi aprovada pela Câmara, que concedia liberdade aos escravos dos Estados Unidos, após o fim da Guerra Civil Americana, na gestão do então presidente Abraham Lincoln. Lincoln é atualmente uma personalidade cultuada, mesmo para um político por trazer novas medidas e pela própria abolição a escravatura já dita, ao mesmo tempo conseguindo se reeleger em plena guerra contra os separatistas dos Estados Confederados da América, mantendo a União intacta. Estátuas e uma forma de governar como modelo serviu pra moldar o mito do assassinado presidente.

Steven Spielberg abre a cinebiografia de Lincoln (idem) com uma breve cena da Guerra Civil, que relembra logo de cara outro filme do diretor, O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998), com aquela fotografia escura, campo de batalha lamacento, câmera lenta e logo mostra o presidente junto aos soldados, conversando com dois negros do batalhão da União, e logo conhecemos o jeito tranquilo e atencioso daquela personalidade, principalmente na cena em que um soldado negro o questiona do salário diferenciados deles com a dos brancos e ele demonstra total atenção as suas palavras, e assim o ator Daniel Day-Lewis já brilha em uma cena comum como o presidente e demonstra que esta será mais uma grande atuação do ator, e assim é confirmado pelo restante do longa, principalmente em cenas em que ele negocia com políticos sobre a 13ª Emenda, parte da história americana em que o filme se foca.

Se a atuação de Day-Lewis, de Tommy Lee Jones e Sally Field complementam o longa através do texto de Tony Kushner, Spielberg mesmo demonstrando o lado íntimo de Lincoln, abusa de tomadas que destacam a sua icônica silhueta, sempre embaladas pela discreta, porém não mais brilhante, trilha-sonora de John Williams, que apesar de sua extensa carreira de sucesso, assim como seu parceiro de anos Steven Spielberg, estão longe do parâmetro de qualidade que estabeleceram anos atrás.

Day-Lewis está impressionante não só pelo tom calmo, como também pelo cansaço e trejeitos retratados de um homem abatido pela responsabilidade de reger uma nação, Sally Field dá vida a primeira-dama que tem forte temperamento e Tommy Lee Jones encarna um homem que luta por anos por um ideal, mas se vê obrigado a descartá-los para a aprovação da 13ª Emenda, e o filme conta com um elenco de luxo com Joseph Gordon-Levitt, Jackie Earle Haley, John Hawkes, Jared Harris, entre outros, e apesar dos diálogos serem um dos pontos fortes do filme, e mesmo sendo competente o roteiro de Tony Kushner (que já tinha experiência no teatro), não desenvolve personagens de moralidade ambígua como no excelente Munique, também de Spielberg, como também deixa pouco espaço para falar sobre política e ética como havia espaço em Munique para questionar o conflito entre Israel e Palestina, e o filme soa algo como "os fins justificam os meios", já que foram comprados votos a favor da emenda constitucional, que é uma causa nobre, porém conquistado através de meios corruptos. Ás vezes, o filme tenta ser engraçado e soa forçado, alterando até mesmo alguns fatos, como por exemplo na cena em que mencionam que alguns homens da Câmara não suportam ver seu rosto na moeda americana, sendo que nunca houve o rosto do presidente na moeda e nem há.

Steven Spielberg está menos melodramático, mas não evita certas cenas desnecessárias como o final (não é spoiler, apesar de que vou contar o final) em que mostra a divulgação da morte Abraham Lincoln, apelando para arrancar lágrimas, quando o diretor poderia ter acabado o filme na hora certa, prejudicando o ato final, como acontece em outra obra sua, A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993). O uso de contra-luz do diretor é constante, sendo parte das características de sua filmografia mais recente, principalmente as janelas de cenas exteriores que exalam uma forte luz branca do lado de fora, ficando evidente os aspectos técnicos bem elaborados, como a direção de arte que recria a época e a fotografia, de contrastes e usos de sombra característicos de O Resgate do Soldado Ryan.

A biografia de Lincoln perde a chance de aprofundar mais na imagem do icônico presidente, para ser um filme patriótico que mostra tempos difíceis sendo superados pela "garra americana", derrubando preconceitos e condições desumanas a uma parcela de uma população, quando na época, os escravos ficaram perdidos após a abolição, não havendo um plano antecipado de adaptação do negro a uma vida de liberdade, cujo preço foi a compra de votos de membros da Câmara e ainda assim, mitificando Abraham Lincoln para a história americana, em contraste a interpretação de Daniel Day-Lewis, como estivesse isento dos seus erros. A pergunta que fica é: Seria certo um ideal ter um preço estabelecido, mesmo que a causa seja dar liberdade ao uma parcela de negros, oprimida desde a África a história do continente americano desde os primórdios de sua colonização europeia?

Nota: 7,0/10




Trailer:

segunda-feira, fevereiro 11

Notícia: Pôsteres especiais para o Oscar 2013

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas encomendou dez cartazes especiais, nove para os filmes indicados a categoria de melhor filme e uma em comemoração aos 85 anos do Oscar com cada estatueta fazendo referência ao um ganhador dos anos anteriores, feita pelos artistas da Gallery 1988 (link para a página da galeria).

Veja os cartazes (clique nas imagens para vê-las maior):

Argo, de Ben Affleck
A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow
Os Miseráveis, de Tom Hooper
Lincoln, de Steven Spielberg
O Lado Bom da Vida, de David O. Russell
Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin
Amor, de Michael Haneke
Django Livre, de Quentin Tarantino
As Aventuras de Pi, de Ang Lee
Cartaz comemorativo de 85 anos da premiação
 A cerimônia acontece em 24 de Fevereiro, apresentado por Seth McFarlane.

domingo, fevereiro 10

Notícia: Vencedores do BAFTA 2013

George Clonney, Grant Heslvov e Ben Affleck levam o prêmio de melhor filme por Argo
Conhecido como o "Oscar britânico", o prêmio da Academia Britânica de Artes da Televisão e do Cinema, o BAFTA, divulgou seus vencedores. O evento foi conduzido pelo produtor Stephen Fry.

Veja os vencedores:

Melhor filme - Argo
Melhor ator - Daniel Day-Lewis, por Lincoln
Melhor atriz - Emmanuelle Riva, por Amor
Melhor diretor - Ben Affleck, por Argo
Melhor design de produção - Os Miseráveis
Melhor documentário - Searching for Sugar Man
Melhor atriz/ator em ascensão - Juno Temple
Melhor filme em língua não-inglesa - Amor (Áustria)
Melhor roteiro adaptado - David O. Russell, por O Lado Bom da Vida
Melhor roteiro original - Quentin Tarantino, por Django Livre
Melhor ator coadjuvante - Christoph Waltz, por Django Livre
Melhor atriz coadjuvante - Anne Hathaway, por Os Miseráveis
Melhores efeitos visuais - As Aventuras de Pi
Melhor filme britânico de estreia de diretor, produtor ou roteiristaThe Imposter - Bart Layton (diretor), Dimitri Doganis (produtor)
Melhor trilha-sonora original - Thomas Newman, por 007 - Operação Skyfall
Melhor fotografia - As Aventuras de Pi
Melhor edição - Argo
Melhor som - Os Miseráveis
Melhor maquiagem - Os Miseráveis
Melhor figurino - Anna Karenina
Melhor longa animado - Valente
Melhor curta animado - The Making of Longbird
Melhor curta-metragem - Swimmer
Melhor filme britânico - 007 - Operação Skyfall

sábado, fevereiro 9

Sessão Curta+: Alma (2009)



Filme: Alma
Direção: Rodrigo Blaas
Roteiro: Rodrigo Blaas
Gênero: Animação/Fantasia/Terror
Origem: Espanha/EUA
Duração: 6 minutos
Sipnose: Uma garotinha chamada Alma é atraída para uma loja de brinquedos por uma boneca que se parece exatamente com ela, sem saber das maléficas intenções do lugar.
*Dica: aperta no item da lateral do vídeo para expandir a imagem.

Filme:

quinta-feira, fevereiro 7

Crítica: Django Livre (2012)

Quentin Tarantino sempre foi um artista que homenageou filmes e outras formas de entretenimento, as molda em seu estilo, sem tirar sua natureza original, ainda conseguindo ter um toque de originalidade. Um dos gêneros mais referenciados em sua filmografia foi o faroeste, e em específico, o italiano, cujo pioneiro deste sub-gênero foi o mestre e lendário diretor Sergio Leone. Em Kill Bill, a história em si remetia a esses filmes, sobre vingança onde o embate final era o grande clímax dramático. No filme Bastardos Inglórios, apesar do cenário de 2ª Guerra, ainda possuía momentos a la Western Spaghetti como a aparição do Urso Judeu, mas é em Django Livre que Tarantino decide fazer sua homenagem definitiva a um gênero americano tipicamente italiano.

Mas apesar de ser o gênero que muitos esperavam do cineasta, Tarantino não se mantém no óbvio como de costume, e muda o cenário do Velho Oeste para o Velho Sul, onde o racismo e a escravidão prevalecia de forma brutal e cruel, com um protagonista negro cujo nome é Django, nome que era do personagem branco de olhos claros interpretado por Franco Nero, que faz uma aparição especial. Além de um caçador de recompensas alemão com título de dentista. Além de que, faz ainda uma mistura do gênero com o blaxpoitation, onde a trilha-sonora composta de partituras de Ennio Morricone se mistura com rap e funk, num divertido mix que já tinha sido feito antes em Kill Bill.

O filme segue a linha de Bastardos Inglórios, dando uma importante atenção a época em que se passa, e apesar de ser conhecido pelo público pela suas cenas de violência extrema, Tarantino tem a noção de violência das cenas que filma, como quando um escravo chamado ironicamente (e propositalmente) de D'Artagnan é dilacerado por cães, a gravidade da violência é dada ao público, enquanto em cenas de tiroteio a violência é caricata e a explosão de sangue (dando lugar as esguichadas de Kill Bill) rola solta na tela. Mas o roteiro tende a ser brilhante em cada trabalho, e neste, como em Bastardos Inglórios, se Christoph Waltz interpreta uma análise científica da comparação do judeu com o rato, o mesmo acontece aqui, quando DiCaprio explica a suposta submissão do negro a raça branca ao abrir o crãnio de um negro que já tinha morrido. Se este não é o roteiro mais brilhante do cineasta em questões narrativas, é um dos mais inteligentes e com análises histórico-sociais bem interessantes, mas ainda assim contém seu típico humor como na hilária cena da Klu Klux Klan.

"I like the way you die, boy!" - Django
O elenco está excepcional, e DiCaprio surpreende como um personagem racista e sádico, mas Christoph Waltz mais uma vez rouba o filme, desta vez interpretando um aliado do protagonista interpretado por Jamie Foxx, que confere um bom trabalho de construção, começando com um negro frágil e virando o gatilho mais rápido do sul. Kerry Washington faz a donzela indefesa Broomhilda, mas não cai no lugar comum, e Samuel L. Jackson surpreende como o negro da casa Stephen, de uma submissão desprezível e maquiavélico contra seus próprios irmãos.

Mas Django Livre não é perfeito, e mesmo a genialidade de Tarantino, ironicamente, ofusca um pouco mais do brilhantismo que o filme poderia ter, tendo um certo problema de ritmo no segundo ato, e a personagem de Zöe Bell aparece gratuitamente, que só não foi tirada talvez pelo afeto do cineasta com a dublê/atriz, já que o corte final tornou a sua presença sem sentido.

Django pode ter o "D" mudo, mas a jornada pela mulher amada não é nem um pouco, e terá que enfrentar algo muito mais mortal e perigoso que o dragão da lenda alemã contada pelo Dr. King Schultz, que cerca Broomhilda em uma montanha alta onde Sigfried vai para salvá-la, mas sim o homem, em seu racismo e crueldade pueril com requintes de sadismo.

Nota: 9,0


quarta-feira, fevereiro 6

Notícia: Morre Stuart Freeborn aos 98 anos



Um dos mais produtivos maquiadores de Hollywood, Stuart Freeborn, morreu hoje aos 98 anos na Inglaterra. 
Com uma carreira de praticamente sessenta anos, trabalhou em filmes como O Ladrão de Bagdá, Coronel Blimp - Vida e Morte e Oliver Twist, de David Lean. Porém, seus trabalhos mais conhecidos começaram com Dr. Fantástico, em que transformou o ator Peter Sellers em três personagens diferentes, e voltou a trabalhar com Kubrick, através do design dos macacos da sequência "Aurora do Homem" do filme 2001: Uma Odisséia no Espaço. O seu trabalho mais famoso é como supervisor de maquiagem da trilogia original de Star Wars, além de ter ajudado a elaborar o look de personagens como Chewbacca, Yoda e Jabba the Hut.

terça-feira, fevereiro 5

Notícia: Filme paralelo a saga Star Wars pode focar Yoda

Mais novidades vêm chegando sobre o futuro da saga Star Wars. Semana passada, foi confirmado o diretor J.J. Abrams como o diretor do Episódio VII, mas também foi confirmado pela Paramount que o diretor continuará na franquia Star Trek.

Agora, a AICN publicou que o primeiro filme derivado de Star Wars seria focado no Mestre Yoda. Diz também que George Lucas teria sugerido um filme solo de Jabba the Hut.

Star Wars VII terá roteiro de Michael Ardnt (Pequena Miss Sunshine), que também escreverá o argumento para a nova trilogia. Lawrence Kasdan, roteirista de Império Contra-Ataca e Os Caçadores da Arca Perdida e Simon Kinberg, de X-Men: Primeira Classe, escreverão ideias para a franquia e produzirão os filmes. Zack Snyder estaria pensando em uma versão jedi do clássico Os Sete Samurais, mas foi desmentido pelos seus representantes.

segunda-feira, fevereiro 4

Notícias: Vencedores da Annie Awards 2013

O Annie Awards, prêmio que prestigia produções em animações conhecido como o "Oscar da animação", a 40º edição divulgou seus vencedores e a Disney se saiu bem com suas produções.

Melhor animação em longa-metragem

  • Valente
  • Frankenweenie
  • Hotel Transilvânia
  • ParaNorman
  • A Origem dos Guardiões
  • Piratas Pirados!
  • O Gato do Rabino
  • Detona Ralph (vencedor)

Melhor animação em curta-metragem

  • Brad and Gary
  • Bydio
  • Eyes on the Stars
  • Goodnight Mr. Night
  • Kali the Little Vampire
  • Maggie Simpson em "The Longest Daycare"
  • Paperman (vencedor)
  • Os Simpsons - "Bill Plympton Couch Gag"

Melhor produção para a TV

  • Archer - Episódio "Space Race, Part 1"
  • Bob's Burguers - Episódio "Earsy Rider"
  • Motorcity - Episódio "Blond Thunder"
  • MAD - Episódio "FrankenWinnie/ParaMorgan"
  • Robot Chicken - Especial DC Comics (vencedor)
  • South Park - Episódio "Raising the Bar"
Melhor animação para videogame
  • Borderlands 2
  • Family Guy – Back to the Mutiverse
  • Journey (vencedor)
  • Skullgirls
Melhor animação infantil
  • Adventure Time - Episódio "Princess Cookie"
  • Dragons: Riders of Berk - Episódio "How to Pick Your Dragon" (vencedor)
  • LEGO Star Wars - Episódio "The Empire Strikes Out"
  • Os Pinguins de Madagascar - Episódio "Action Reaction"
  • Bob Esponja - Episódio "It’s a SpongeBob Christmas!"
  • The Amazing World of Gumball - Episódio "The Job"
  • Os Padrinhos Mágicos - Episódio "Farm Pit"
  • A Lenda de Korra - Episódio "Welcome to Republic City/ A Leaf in the Wind"

domingo, fevereiro 3

Notícia: Ben Affleck vence o Directors Guild Awards

Michel Hazanavicius (O Artista) entregando o prêmio para Ben Affleck

O Director Guild Awards deu no dia 02 de Fevereiro o prêmio de melhor diretor para Ben Affleck, pelo filme Argo.

Argo vai confirmando seu favoritismo para o Oscar 2013, já que além deste, ganhou outros prêmios importantes da temporada de prêmios deste ano como o PGA (Melhor filme), SAG (Melhor elenco) e Globo de Ouro (Melhor filme - drama, melhor direção), apesar de Ben Affleck estar fora da disputa de melhor direção.

A história de Argo fala de uma missão secreta da CIA em conjunto com uma equipe de Hollywood, que juntos inventaram um filme falso com o pretexto de procurar locações em Teerã - Irã para uma produção de ficção-científica, mas o propósito era resgatar seis diplomatas dos EUA, no incidente chamado crise dos reféns, ocorrido em 1979. O filme surgiu de um artigo de 2007, "How the CIA Used a Fake Sci-Fi Flick to Rescue American From Tehran", escrito por Joshuah Berman para a revista Wired.