quarta-feira, março 26

9 filmes selecionados: Obras Subestimadas de Grandes Diretores

Por Maurício Owada

Nem todos os filmes de grandes diretores são aclamados, muitos porque são mal compreendidos, fogem do estilo de um algum outro filme aclamado ou possui uma abordagem totalmente diferente. Alguns então, por um fracasso comercial que foi sabotado pela indústria ou pelas expectativas exageradas de um público sedento do "próximo filme de tal diretor".

Faz parte, mas sempre devem ser lembrados os filmes esquecidos e subestimados de grandes cineastas:


9. Jackie Brown, de Quentin Tarantino (1997)

8. Zodíaco, de David Fincher (2007)

7. Dodeskaden - O Caminho da Vida, de Akira Kurosawa (1970)

6. A Marca da Maldade, de Orson Welles (1958)

5. O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford (1962)

4. O Rei da Comédia, de Martin Scorsese (1982)

3. De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick (1999)

2. A Conversação, de Francis Ford Coppola (1974)

1. O Portal do Paraíso, de Michael Cimino (1980)

sábado, março 22

Sessão Curta+: Lights Out (2009)

Filme: Lights Out
Direção: David F. Sandberg e Lotta Losten
Roteiro: David F. Sandberg e Lotta Losten
Gênero: Terror
Origem: EUA
Duração: 3 minutos
Sipnose: Em um apartamento, uma moça tenta dormir de luzes apagadas, mas algo muito estranho a amendronta...

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Filme:

domingo, março 16

Crítica: RoboCop (2014)


Por Maurício Owada

"Mesmo não desenvolvendo tudo o que mostra,
visão de Padilha prevalece num grande filme de estúdio"

O filme original de 1984 não ficou só conhecido pela violência e pelas cenas de ação, a linguagem que aborda o contexto todo a partir de uma televisão a lá Fox News, com propagandas igualmente tendenciosas, dava ao filme um tom de sarcasmo tão ácido quanto a química que derrete o corpo de um bandido, que se desfaz todo ao ser atropelado. Paul Verhoeven trazia uma crítica forte ao mundo corporativista e a política agressiva de Reagan dos anos 80, contando com o estereótipo da geração yuppie e tudo mais. Depois de mais duas sequências e uma série de TV, nunca mais se teve a qualidade e a visão única de Verhoeven, os tempos mudaram e Robocop, O Policial do Futuro (Robocop, 1984)continuou encantador, mas pra época apenas e como o filme não se centra num realismo, a obra continua até um certo ponto atual, mas com um visual e um contexto datado, após a revisão dos ideais capitalistas e uma mudança drástica na cultura após a vinda da internet.

Numa época de remakes inúteis e desnecessários, algo que acontecia antes com uma raridade e com resultados excepcionais e A Mosca (The Fly, 1986) de Cronenberg é um exemplo disso. José Padilha chamou a atenção lá fora após o Urso de Ouro pelo primeiro Tropa de Elite e pela bilheteria arrasadora do segundo filme no Brasil e conseguiu seu projeto lá fora, em Hollywood, ficando responsável pelo remake do tira ciborgue e a apreensão chegou num nível muito alto por se tratar de um clássico do cinema.

É interessante perceber que o cineasta brasileiro, além de conseguir levar um bom elenco, uma trama que aborda de forma diferente, mas não menos interessante, o contexto de um futuro próximo que se aproveita de elementos atuais, como a utilização de drones e máquinas não-pilotadas, levou uma equipe de profissionais como Daniel Rezende (montagem), Lula Carvalho (fotografia) e Pedro Bromfman (trilha-sonora) para o projeto que valia muito dinheiro para os executivos. Com uma sequência de abertura que sabota a grandiosidade da vinheta do MGM de forma interessante, com um Samuel L. Jackson bem inspirado como o âncora Pat Novak a lá Fox News (novamente!), acompanhando a ocupação de Teerã por robôs, defendendo o uso deles em território americano, proibida por uma lei e o discurso tendencioso e demagógico de Novak adquire um tom de ironia fortíssimo como o original, mas sem o humor debochado, tendo o teor mais sério de Tropa de Elite 2.

Aqui vemos o personagem de Alex Murphy, que é interpretado por Joel Kinnaman, como um detetive e não um policial de patrulha como no original, que surge após uma operação dar errado e seu parceiro ser baleado. Por meter o bedelho em assunto de um mafioso local, lhe é armado uma emboscada aonde se fere gravemente, caindo como uma luva para a OmniCorp, que quer fazer um protótipo de uma pessoa dentro de uma máquina para burlar a lei que proíbe máquinas nos EUA e o presidente da empresa Raymond Sellars (Michael Keaton) chama o cientista Dr. Robert Norton (Gary Oldman) para desenvolver o projeto. Após todo o processo de criação do RoboCop, ele vai perdendo seu livre-arbítrio e isso acaba contrariando os interesses da empresa robótica.

Se a classificação para 13 anos é um fator que retira boa parte da violência, Padilha dribla isso de várias formas e uma das cenas que mais chocam o espectador é quando mostra o que sobrou de Murphy, adotando um tom gore naquele momento que cai muito bem ao filme. Muitas cenas em RoboCop são bem sucedidas, ainda que não conte com inúmeras cenas de ação já que a obras se preocupa na elaboração daquele universo, através de uma direção de arte que é bom em partes, pois se os robôs, a tecnologia e até o programa sensacionalista remetam a algumas coisas, a Detroit do filme não remete a Detroit de verdade, muito limpa para representar uma cidade que anda falida nos últimos tempos. As cenas de ação não são a parte mais atrativa: é eficiente, mas é simples, não tem todo o estilo dele ainda mais por ser um filme de estúdio, se atendo a uma câmera mais sóbria, que intercala apenas com a subjetiva do RoboCop.

Na parte do elenco, Michael Keaton é a parte mais fraca em questões de atuação, a transição de um CEO ambicioso a um vilão afortunado é mais pela necessidade de mostrar quem é o cara mau da estória, Abbie Cornish é competente pelo pouco tempo que tem em cena para mostrar a esposa que passou por maus bocados por causa da emboscada e o seu parceiro interpretado por Michael Kenneth Williams, mas o destaque vai para Samuel L. Jackson que está a vontade em seu personagem e Gary Oldman, que dá ao seu personagem uma tridimensionalidade interessante ao se ver diante de um dilema moral que acompanha a ciência sempre.

O roteiro que passou por mais de quatro mãos aborda questões interessantes, mas são tantos assuntos que o filme se perde um pouco e acaba não indo além, deixando muita coisa a explorar e alguns personagens acabam não servindo para muita coisa. Com algumas partes técnicas responsabilizado por profissionais brasileiros com quem José Padilha já trabalhara, há um maior controle criativo em questões técnicas e a montagem feita também com Peter McNulty, o trabalho não se sabota e a parte visual cumpre bem o seu papel.

RoboCop (idem) não é perfeito, era óbvio devido ao controle acima do diretor que está atado, mas ainda assim José Padilha conseguiu colocar e abordar bem algumas questões pertinentes como o uso de drones em territórios estrangeiros pelo governo americano e a desumanização no embate homem vs. máquina, mas o jornalismo tendencioso e sensacionalista ficou meio de escanteio, servindo mais para manter a linguagem do original através das boas cenas de Samuel L. Jackson que apesar de boas, não vão além disso. Foi muito assunto para uma coisa só, além de que o cineasta conseguiu fazer um bom filme de ação que peca por não ser muito marcante mesmo tendo boas passagens. Pelo menos, o cineasta José Padilha conseguiu colocar um bom conteúdo num filme que poderia ter sido mais um remake desnecessário.

Nota: 7,0/10,0




Trailer:
 

sábado, março 15

Sessão Curta+: The Big Shave (1968)

Filme: The Big Shave
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Martin Scorsese
Gênero: Drama
Origem: EUA
Duração: 6 minutos
Sipnose: Em um processo de barbeamento, um homem acaba se cortando muito - referência aos EUA que insistiu na Guerra do Vietnã, mesmo se "machucando" muito.

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Filme:

quarta-feira, março 12

9 filmes selecionados: sobre Mulheres

Por Kaio Feliphe


"(...)
E que exale sempre o impossível perfume;
E destile sempre o embriagante mel;
E cante sempre o inaudível canto de sua combustão;
E não deixe de ser a eterna dançarina do efêmero;
E em sua incalculável imperfeição constitua
A coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imutável."

- Vinicius de Moraes

9. Alice Não Mora Mais Aqui, de Martin Scorsese (1974)

8. Menina de Ouro, de Clint Eastwood (2005)

7. Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock (1954)

6. À Prova de Morte, de Quentin Tarantino (2007)

5. Pacto de Sangue, de Billy Wilder (1944)

4. Aliens – O Resgate, de James Cameron (1986)

3. Instinto Selvagem, de Paul Verhoeven (1992)

2. O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme (1991)

1. O Desprezo, de Jean-Luc Godard (1963)

domingo, março 9

Crítica: Vidas ao Vento (2013)


Por Maurício Owada

"A síntese do cinema de Miyazaki em seu 
filme testamento"

Aviões sempre fizeram parte dos sonhos de Hayao Miyazaki, e também do imaginário que compõe seus filmes. É a paixão confessa do diretor por uma beleza em sentir o vento no rosto e o baile dos aeromodelos em volta das nuvens, traduzidas em traços detalhistas de como seria voar... e que belo sonho. Mas Miyazaki nunca apresentou uma história no campo do realismo, apenas seu sócio Isao Takahata (outro interessante animador do estúdio que merece ser melhor conhecido), como em O Túmulo dos Vagalumes (Hotaru no Haka, 1988) e Only Yesterday (Omohide Poro Poro, 1991), sempre regados na memória... Miyazaki, em seu último filme (ao que parece), continua "voando" mesmo em um filme que conta a história de Jiro Horikoshi (seu primeiro protagonista masculino), um aviador que existiu e ficou conhecido por seu brilhantismo no design de aviões que projetou, um deles foi o conhecido como Zero, temido caça japonês utilizado na Segunda Guerra Mundial. O filme não calca apenas na realidade e elementos mais abstratos que dão um tom mais poético no modo de contar histórias torna tudo ainda mais rico de simbolismo e beleza.

Sem os encantadores cenários fantásticos, Vidas ao Vento (Kaze Tachinu) pode ser um desapontamento a inocência de suas obras anteriores, já que aqui os conflitos são mais complexos em relação ao que uma criança poderia entender com mais profundidade, focando mais no público adulto (como em Princesa Mononoke, pela complexidade dos personagens e pela violência gráfica), abordando temas como a guerra, o nazismo, o nacionalismo do Japão imperialista, mas apesar do filme abordar um rapaz que faz aviões para guerra (que se tornou uma polêmica na Ásia pelo passado lamentável do país na guerra), as partes em que Jiro conversa com o aviador Caproni num sonho compartilhado por ambos, ele assume que a beleza de voar é acompanhada com a maldição de ser também uma arma de matar e esse sacrifício, Jiro não hesita em fazer, assumindo um discurso anti-belicista comum em suas obras, mas de um modo mais complexo do que apenas uma analogia a realidade em um mundo fantástico.

Conhecido pela beleza de seus traços, o grupo de profissionais que Miyazaki comanda fazem um trabalho excepcional em animação e a obra opta por um retrato bem mais subjetivo da verdadeira história de Jiro, com belíssimos enquadramentos que imprimem aquilo tudo como um sonho perfeito, o que demonstra que Vidas ao Vento é o trabalho mais pessoal de Miyazaki, que guarda algumas coincidências com seu protagonista, como o fato de não poder pilotar no ar por ser míope. Outra coisa que enriquece a obra é como o vento é quase como um personagem, toda a história e os fatos que sucedem são consequências da presença do vento, que fica explícito apenas nas gramas altas que balançam com a brisa onipresente na trama, aquela que lhe revela seu objetivo e que trás seu grande amor.

Apesar do belíssimo trabalho de Miyazaki, em alguns pontos a obra ficam aquém do que já foi feito anteriormente, como o roteiro que se torna mais interessante com o romance com Nanoko Satomi vir à tona, que carrega todo um sentimento (não sentimentalismo como muitos insistem) em trono de um jovem com um grande sonho e sua amada que está com tuberculose, o sacrifício que cada um toma em prol do outro e o rumo da história é algo que levará o espectador a uma das cenas mais tristes e poéticas da carreira de Miyazaki, arrebatando com sua genialidade uma carreira extensa que se passou pela Toei Animation e que se seguiu independente e livre artisticamente no Studio Ghibli, passando pelo infantil, pelo surreal, pelo nostálgico indo até a sua obra mais adulta, mas jamais livre da beleza da criatividade de um dos mais importantes animadores de seu tempo, que fugiu do rótulo das grandes animações com trabalhos que aderia ao feminismo, as mensagens anti-guerra e ecológicas e a capacidade incrível da imaginação humana de criar coisas, sejam boas ou ruins.

Jiro é praticamente o alter-ego de Miyazaki e a vontade de fazer algo belo pode resumir todo o conjunto da obra do cineasta, mas o final demonstra um olhar mais realista da vida em si, ainda mais por ser pé no chão e uma época conturbada pela guerra e pela miséria que assolava o país na época, em um homem que se despede de sua arte com beleza e melancolia, como se já soubesse que esse dia chegaria.

Nota: 8,5/10,0




Trailer:

sexta-feira, março 7

Sessão Curta+: Mr. Hublot (2013)


Filme: Mr. Hublot (2013)
Direção: Alexandre Espigares e Laurent Witz
RoteiroLaurent Witz
Gênero: Animação/Comédia
Origem: França
Duração: 11 minutos
Premiações: Oscar de melhor curta de animação em 2014.
Sipnose: Mr. Hublot é um aposentado, idiossincrático, com TOC, tem medo de mudanças e do mundo exterior. A chegada do seu robô de estimação vira sua vida de cabeça pra baixo: agora ele terá que dividir sua casa com esse companheiro invasivo.

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Filme:

terça-feira, março 4

Crítica: Inside Llewyn Davis: Balada de Um Homem Comum (2013)


Por Maurício Owada

"A repetição de erros dos personagens
dos Irmãos Coen"

Faz já algum tempo que os Irmãos Coen vêm trabalhando em obras distintas de seus trabalhos mais antigos e até, mais populares, como O Grande Lebowski e Fargo - Uma Comédia de Erros, demonstrando um amadurecimento cada vez maior ao longo da carreira deles. Dividindo os créditos de direção juntos desde Matadores de Velhinha, essa mudança se tornou apenas simbólico, já que são conhecidos de terem praticamente as mesmas ideias e isso nunca foi um agravante na carreira devido a contribuição mútua. Adotando um suspense com bem menos humor e bastante violência em Onde Os Fracos Não Têm Vez, voltando ao velho estilo em Queime Depois de Ler e Um Homem Sério, Joel e Ethan Coen partiram para tramas mais dramáticas e Bravura Indômita (um faroeste) foi um passo importante na filmografia e a pseudo-cinebiografia do compositor e cantor folk Dave Van Ronk (prestigiada em Cannes e esnobada no Oscar) atingiu um outro patamar em roteiro e direção.

O filme conta a trajetória de Llewyn Davis, um músico folk, que buscando o sucesso musical e artístico sem êxito, dorme em casas de amigos e conhecidos, seja no chão, no sofá ou na cama, acaba engravidando uma amiga e acaba cuidando de um gato que fugiu de um apartamento. Com uma sequência de erros que perturbam o protagonista, seja dele ou do que está a sua volta, Llewyn rodopia em fracasso e sua situação se torna praticamente um ciclo estático e sua desgraça lembra bastante a do personagem Larry Gopnik (Michael Stulhbarg) em Um Homem Sério, ainda que mais ameno, não deixa de causar uma angústia ao espectador. Por outro lado, a beleza musical presente em filmes como E Aí, Irmão, Cadê Você? e O Grande Lebowski demonstra cineastas com um belíssimo e apurado faro musical, com diversas músicas do gênero folk e algumas produzidas por eles mesmos, como a divertida Please Mr. Kennedy, mas aproveita as já existentes, como a belíssima Hang Me Oh, Hang Me de Dave Van Ronk, que abre o filme.

As músicas, interpretadas pelo próprio ator Oscar Isaac, passa um sentimento profundo e sua interpretação de músicas como The Death of Queen Jane é de uma beleza estupenda que deixa qualquer um em silêncio, como se o tempo parasse. Além de que Oscar sabe construir muito bem o seu personagem, sua apatia e seu olhar abatido do ciclo que vive repetindo e todo o desenrolar da trama é uma crônica do fracasso por assim dizer, e dos fracassados, como foi escolhido pelos diretores, já que consideravam que existiam filmes demais de pessoas que deram certo na vida; com o olhar pessimista comum em suas obras e uma ironia trágica comum nos personagens que compõe o imaginário de Joel e Ethan Coen, que geralmente não deram, não dão ou nunca darão certo na vida, como se o acaso estivesse disposto a afundá-los que apenas o humor negro deles saberia retratar e torna o cinema deles único. O acaso é sempre representado por um objeto "vivo" que percursa um longo caminho, como se fossemos nós prontos , mas aqui, os cineastas preferiram assumir essa representação em um gato, que aparece de forma bastante significativa na obra, sem nome e sem sexo distinto, o gato é um espelho da personalidade de seu protagonista, que não assume responsabilidades e não possui um teto, indo pra onde der pra ir.

Com uma direção de arte que sempre surpreende, a obra conta com um diferencial na fotografia, que nos filmes anteriores ficavam a cargo de Roger Deakins, acabou cedendo o lugar para Bruno Delbonnel (devido ao trabalho feito em Os Suspeitos, de Dennis Villeneuve), que trás uma estética diferente, em uma iluminação difusa de cores frias que ressalta do tom pastel e do contraste de luz e sombra dos filmes anteriores dos Coens, que assume um tom mais melancólico e enaltece o frio de Nova York, em pleno anos 60.

Com um elenco excelente, Carey Mulligan apenas comprova ser uma das mais talentosas e belas atrizes do seu tempo, enquanto temos uma curta e sensacional participação de John Goodman, que não trabalhava com os diretores há anos, como um velho músico decrépito e viciado chamado Roland Turner, com quem pega carona. Há participações competentes de Justin Timberlake, Garrett Hedlund e Adam Driver, que interpretam pessoas inspiradas em cantores e artistas reais, mas que são apresentadas de forma totalmente livre em prol da narrativa, obtendo nomes fictícios.

Inside Llewyn Davis - Balada de Um Homem Comum é um trabalho excepcional na carreira dos Irmãos Coen, que afundam em um drama intimista, mas com um senso de humor único, muito mais pontuado e sutil, camuflado na busca pelo reconhecimento artístico, uma jornada aonde não encontrará necessariamente o esperado, mas o óbvio, que mesmo que o acaso traga seus obstáculos (como mostrado em seus filmes anteriores, neste filme, Llewyn Davis fracassa pela suas escolhas, como aceitar o conselho de alguém ou decidir aceitar a responsabilidade por alguém. Llewyn Davis não tem casa e não tem sucesso. Llewyn Davis entra em mais uma gama de personagens malsucedidos dos Irmãos Coen.

*Ps.: Na capa do álbum Inside Dave Van Ronk (que inspirou o título do filme), no canto da porta aonde o cantor está posando, encostado, há um gato ao lado.

Nota: 10/10




Trailer:

segunda-feira, março 3

Notícia: Vencedores do Oscar 2014

Aconteceu ontem a entrega do Oscar, tendo como seu grande vencedor, em número de prêmios, o filme "Gravidade", do diretor Alfonso Cuarón, que levou para casa sete estatuetas, seguido por "12 anos de escravidão", vencedor por melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante. O maior perdedor da noite foi "Trapaça", com 10 indicações e nenhum prêmio. O favoritismo de "Ela" para melhor roteiro original deixou para trás seus quatro concorrentes, dentre eles Woody Allen e David O. Russell.

Confira os grandes vencedores da noite.

Melhor filme:
Vencedor de melhor filme: 12 anos de escravidão
- 12 anos de escravidão

Melhor diretor:
- Alfonso Cuarón por Gravidade

Melhor ator:
- Matthew McConaughey por Clube de compras Dallas

Melhor atriz:
- Cate Blanchett por Blue Jasmine

Melhor ator coadjuvante:
- Jared Leto por Clube de compras Dallas

Melhor atriz coadjuvante:
- Lupita Nyong'o por 12 anos de escravidão
Gravidade, vencedor de 7 prêmios, incluindo
melhor diretor e melhor fotografia

Melhor filme de animação:
- Frozen

Melhor filme de língua estrangeira:
- A grande beleza

Melhor roteiro original:
- Spike Jonze por Ela

Melhor roteiro adaptado:
- John Ridley por 12 anos de escravidão

Melhor figurino:
- O grande Gatsby

Vencedor de melhor roteiro original, Ela, de Spike Jonze
Melhor montagem:
- Gravidade

Melhores efeitos visuais:
- Gravidade

Melhor fotografia:
- Gravidade

Melhor edição de som:
- Gravidade

Melhor trilha sonora:
- Gravidade

Melhor canção original:
- Frozen (pela canção Let It Go)

Melhor mixagem de som:
- Gravidade

Melhor design de produção:
- O grande gatsby

Melhor maquiagem e penteado:
- Clube de compras Dallas

domingo, março 2

Oscar 2014: quem ganha, quem pode ganhar, quem eu gostaria que ganhasse...

Por Wendell Marcel

Sem mais delongas, o páreo está acirrado em duas categorias, predominantemente: melhor filme e melhor roteiro original. As categorias técnicas ficam para Gravidade, sendo que o único que poderá bater frente em algumas será Capitão Phillips. Ao contrário de outras edições do Oscar, a desse ano não está nem boa nem ruim, ao ponto de alguns títulos serem com justeza agraciados com o prêmio mais famoso do cinema. A seguir, àqueles que possivelmente vão ganhar o boneco de "ouro", os que podem ganhar e os que eu gostaria que ganhasse. 

Melhor filme:
- Quem ganha: 12 anos de escravidão
- Quem pode ganhar: Trapaça
- Quem eu gostaria que ganhasse: O lobo de Wall Street

Melhor diretor:
- Quem ganha: Alfonso Cuarón
- Quem pode ganhar: Steve McQueen (II)
- Quem eu gostaria que ganhasse: Martin Scorsese

Melhor ator:
- Quem ganha: Matthew McConaughey
- Quem pode ganhar: Leonardo DiCaprio
- Quem eu gostaria que ganhasse: Bruce Dern

Melhor atriz:
- Quem ganha: Cate Blanchett
- Quem pode ganhar: Judi Dench
- Quem eu gostaria que ganhasse: Cate Blanchett

Melhor ator coadjuvante:
- Quem ganha: Jared Leto
- Quem pode ganhar: Barkhad Abdi
- Quem eu gostaria que ganhasse: Jared Leto

Melhor atriz coadjuvante:
- Quem ganha: Lupita Nyong'o
- Quem pode ganhar: Jennifer Lawrence
- Quem eu gostaria que ganhasse: June Squibb

Melhor filme estrangeiro:
- Quem ganha: A grande beleza
- Quem pode ganhar: A caça
- Quem eu gostaria que ganhasse: A caça

Melhor roteiro original:
- Quem ganha: Spike Jonze
- Quem pode ganhar: Craig Borten e Melisa Wallack 
- Quem eu gostaria que ganhasse: Spike Jonze

Melhor roteiro adaptado:
- Quem ganha: John Ridley
- Quem pode ganhar: Richard Linklater
- Quem eu gostaria que ganhasse: Terence Winter

Melhor figurino:
- Quem ganha: Trapaça
- Quem pode ganhar: O grande Gatsby
- Quem eu gostaria que ganhasse: Trapaça

Melhor montagem:
- Quem ganha: Capitão Phillips
- Quem pode ganhar: Gravidade
- Quem eu gostaria que ganhasse: Gravidade

Melhores efeitos visuais:
- Quem ganha: Gravidade
- Quem pode ganhar: Além da escuridão - Star Trek
- Quem eu gostaria que ganhasse: Gravidade

Melhor fotografia:
- Quem ganha: Gravidade
- Quem pode ganhar: Nebraska
- Quem eu gostaria que ganhasse: Nebraska

Melhor edição de som:
- Quem ganha: Gravidade
- Quem pode ganhar: Capitão Phillips
- Quem eu gostaria que ganhasse: Gravidade

Melhor trilha sonora:
- Quem ganha: Ela
- Quem pode ganhar: Gravidade
- Quem eu gostaria que ganhasse: Ela

Melhor canção original:
- Quem ganha: Frozen
- Quem pode ganhar: Ela
- Quem eu gostaria que ganhasse: Ela

Melhor mixagem de som:
- Quem ganha: Gravidade
- Quem pode ganhar: Capitão Phillips
- Quem eu gostaria que ganhasse: Gravidade

Melhor design de produção:
- Quem ganha: Ela
- Quem pode ganhar: Gravidade 
- Quem eu gostaria que ganhasse: Ela