domingo, dezembro 14

Crítica: O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014)


Por Maurício Owada

"O último adeus a Terra-Média no cinema"


*Este post evitará qualquer menção ou comparação com O Senhor dos Anéis, independente da relação próxima devido ao universo literário que dividem

Estranho um filme que termina sem um embate final, assim como esse embate abre outro filme, deixando uma colcha de retalhos no final do segundo capítulo e no começo do outro (como se fosse seriado), já que as conclusões são óbvias. O embate entre Bard (Luke Evans) e Smaug (voz de Benedict Cumberbatch) é empolgante, porém logo é ofuscada pela batalha iminente entre os cinco exércitos do título da última parte de O Hobbit. Segue-se a batalha pela Montanha e suas riquezas, mostrando Thorin (Richard Armitage) cego pelo poder e pela posse da Pedra Arken, que tem o mesmo poder destrutivo da alma e da mente que o Um Anel. Aliás, se foi dito que seria evitado qualquer comparação com a premiada trilogia que apresentou a Terra-Média, O Hobbit apresenta a "futura ameaça" que Sauron proporcionará.

sexta-feira, dezembro 12

Crítica: O Poderoso Chefão: Parte II (1974)


Por Maurício Owada

"Caminhos semelhantes e destinos distintos
da família Corleone"

Apesar do livro homônimo de Mario Puzo abranger apenas a trama do primeiro filme, o que o estúdio da Paramount esperava era lucrar mais com a saga da família Corleone, ficando novamente incumbido da missão de escrever e dirigir para Francis Ford Coppola. Com um significativo aumento do orçamento e da liberdade criativa, conquistada pelo sucesso d'O Poderoso Chefão. O que o cineasta e autor (que virara roteirista em Hollywood após seu best-seller) montam é um recorte de um pedaço do livro, que conta a história de origem de Don Vito Corleone, mas destacam a condução de Michael no posto de chefe dos Corleone, tendo que lidar com conflitos familiares (nos dois sentidos do contexto da trilogia) e o governo em seu encalço.

domingo, dezembro 7

Crítica: O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)


Por Maurício Owada

"Um final épico, uma obra-prima do gênero,
de uma obra-prima da literatura"

Eis que chega a conclusiva e catártica parte da trilogia inspirada nos livros mais aclamados do mestre da fantasia, J.R.R. Tolkien. Peter Jackson conclui exausto, mas com grande chave de ouro, a saga do Um Anel, que tem que ser levada para Mordor para ser destruída e eliminar com a ameaça de Sauron, o Senhor do Escuro.

Se todos os aspectos da literatura tolkieniana, como o seu universo detalhado pela belíssima direção de arte ou a poesia como no monólogo de Sam (Sean Astin), no último filme da trilogia, o que se destaca é o embate e a redenção. O fim do Um Anel, as resoluções das jornadas de Frodo (Elijah Wood), Aragorn (Viggo Mortensen), o elfo Legolas (Orlando Bloom), o anão Gimli (John Rhys-Davis) e o agora, mago branco Gandalf (Ian McKellen). Todos lutarão em prol do cumprimento da missão de um pequeno indivíduo que terá que transpassar exércitos terriveis de Orcs e a loucura do Gollum/Smeagle (Andy Serkis).

Peter Jackson eleva o nível da palavra épico, principalmente na batalha de Gondor, quando homens e orcs se enfrentam e o roteiro ainda trás gratas surpresas com o rumo da história, dando destaque para cada um presente na guerra, como Éowyn (Miranda Otto), que têm uma passagem tremendamente importante, uma personagem forte que deseja lutar ao lado dos homens do que esperar por eles em sua casa. A saga de Tolkien pouco a pouco, chega a seu momento derradeiro, já que apesar de lutas e mais lutas contras as forças de Sauron, através de diversas tramas paralelas, que ao todo divergem para um mesmo interesse, o mais importante é de Frodo e Sam, que precisam lidar com a sedução do Um Anel e a cobiça traiçoeira de Gollum, em meio a um caminho cheio de perigos.

Mas se em questão de roteiro, o cineasta, Philipa Boyens e Fran Walsh transpuseram na tela muito bem, o universo da Terra-Média, ela peca pela metragem excessiva, num longuíssimo terceiro ato, ainda que feche o arco de cada personagem, mais uma vez numa belíssima narração de Sean Astin, embalada pela literatura tolkieniana.

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King) é a grande catarse, o enfrentamento do mal, por isso é normal que maior parte do filme seja mais ação, dando destaque para as grandes batalhas, pecando em pequeníssimas coisas - um grande feito devido a grandeza dos livros na cultura e sua importância - que são perdoadas devido a qualidade do roteiro, da direção, das atuações e dos quesitos técnicos, importantes para a construção de um universo vasto e rico, criado a partir da mente de um autor que enxergava na fantasia, um reflexo do mundo real (J.R.R. Tolkien escreveu O Senhor dos Anéis na época da Segunda Guerra Mundial e foi dividido em três livros devido ao preço do papel para edição devido ao conflito).

Uma grande obra do cinema para uma grande obra da literatura moderna.

Nota: 9,5/10,0




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